Diário dos Açores

Importância do incentivo à expressão emocional, das nossas crianças

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O incentivo à comunicação entre os pais e as suas crianças é basilar para a construção de um laço afetivo sólido, entre as duas partes. Comunicar com as crianças, e escutá-las com empatia, é uma excelente forma de as conhecer, assim como das mesmas ganharem consciência de si e dos outros. Costumamos perguntar aquilo que fizeram no seu dia-a-dia ou o que aprenderam, mas aquilo que torna o laço afetivo mais forte é quando conseguimos motivar a nossa criança a expressar aquilo que sente e levá-la a entender a razão de se sentir desse modo. Isto porque, é na expressão das suas vulnerabilidades que a criança e o adulto fortalecem um vínculo inquebrável, tornando-se cúmplices e confidentes.
Quando falamos da importância do incentivo à expressão emocional das nossas crianças, sobressai apertinência de que seja feito por um adulto consciente e bom gestor das suas emoções. Um adulto consciente emocionalmente consegue investir o seu tempo e promover um espaço de partilha das emoções da sua criança, incentiva à nomeação, respeita e evita dizer como é que a criança se deve sentir. Mesmo quando se trata de uma emoção considerada negativa, como a raiva e a tristeza, devemos perceber que distrai-la ou repreendê-la pela expressão dessas emoções, apenas fará com que a mesma entenda que aquilo que está a sentir não tem valor, o que a deixará insegura da próxima vez que quiser demonstrar uma emoção e/ou, manifestará um comportamento mais desadequado e danoso perante tal sentir emocional. Em poucas palavras, precisamos de empatizar com as nossas crianças, pois a forma de como nós adultos lidamos com as emoções dos nossos pequenos, irá contribuir para o desenvolvimento da sua inteligência emocional. E essa inteligência emocional contribuirá para a capacidade de a criança entender e valorizar aquilo que sente, para uma adequada autoestima e para o desenvolvimento de competências socioemocionais que lhe irá permitir resolver adversidades que poderão surgir ao longo da sua vida.
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Patrícia Ribeiro de Matos*

* Psicóloga Clínica do CDIJA (Cédula profissional nº 23425)

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