O salão do restaurante White’s, em Westport, nos EUA, encheu no passado sábado para a reunião dos naturais da Vila de Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, ilha de São Miguel, no seu 29º convívio anual.
Vieram de toda a Nova Inglaterra e mesmo do Canadá. Gente que sente nas veias a pulsar o sangue da portugalidade e este com a característica de ser ilhéu.
Mas um ilhéu carregado de tradição que espaira em convívios tal como este dos naturais de Rabo de Peixe, os seus costumes e a tradição de uma Dispensa que até pôs as bailar Cátia Sousa, a bonita e simpática vereadora da Câmara Municipal da Ribeira Grande.
Após ter desempenhado as funções institucionais, incumbida pelo presidente da câmara, Alexandre Gaudêncio, integrou-se no ambiente festivo e fez par com Renato Moniz, que também integrava a comitiva visitante.
Mas antes de entrar na pista de dança, Cátia Sousa subiu ao palco, apresentada por Ricardo Mourato e Donna Gonsalves e dirigiu-se a uma sala cheia.
Depois de umas palavras introdutórias às funções que a trouxe aos EUA e a posição da representatividade perante o presidente Alexandre Gaudêncio, Cátia Sousa, afirmou: “Estar aqui, convosco e neste magnífico ambiente proporcionado pelos Amigos de Rabo de Peixe é, de fato, comungar de uma cultura, de um povo, de tradições que os “nossos”, apesar de longe, fisicamente, de lugares como a igreja do Senhor Bom Jesus, ou do Largo do Padre António Vieira, das nossas pitorescas ruas e até mesmo do nosso porto, não deixam morrer e que fazem, pelo menos há 29 anos e que se espera que somem idade igual para o futuro, transmitir a identidade do que é ser rabopeixense ou ter raízes em Rabo de Peixe”.
Sendo esta vila a razão deste encontro, Cátia Sousa, sem perder o fio à meada, acrescenta: “Nos últimos dez anos a Câmara Municipal da Ribeira Grande tem prestado especial atenção a Rabo de Peixe e às necessidades das suas gentes. Nem tudo corre de forma perfeita mas efetivamente o que temos começado temos também acabado, vive e a quem visita Rabo de Peixe”.
E Cátia Sousa concluiu com felicitações aos homenageados incluindo o pai.
E em ambiente festivo a noite ia prosseguindo em direção à mudança da hora de inverno para verão. Só na hora, porque o frio esse continua.
José Sousa: convidado de honra
E chegou a hora da homenagem ao convidado de honra.
Subiu ao palco para oficializar o testemunho, José Hermano Andrade, presidente da comissão organizadora do convívio, acompanhado pela esposa.
José Damasceno Furtado Sousa. Nasceu a 27 de março de 1961, filho de António Paulo Gouveia Sousa e Maria Adriana Vieira Furtado.
Casou com Mariana Sousa e numa união conjugal de 36 anos, nasceram Cláudia, de 34 anos, médica; Cátia de 32 anos, advogada; Bia, de 28 anos, gerente de negócios, responsável pelo negócio de “takeaway” dos pais.
José Sousa fez a instrução do ensino básico na escola de Rabo de Peixe e secundário na escola secundária da Ribeira Grande. O seu pai, após o seu casamento, foi para a Bermuda. Regressa 10 anos depois e inicia o seu negócio de mercearia e criação de porcos, com venda de produtos transformados de carne.
José Sousa, desde 1975, trabalhou no negócio familiar.
Em 1989, com a sua esposa, iniciaram a sua atividade profissional: comércio de carnes sediada na freguesia de Rabo de Peixe, onde ainda mantêm salsicharia e talho.
Expandiu para as freguesias da Fajã de Baixo, concelho de Ponta Delgada e Furnas, concelho da Povoação.
Em 1999, em sociedade com a esposa Mariana, constituiu a empresa “Salsicharia e Talhos Carreiro e Sousa, Lda.”
Ao longo das últimas décadas expandiu e consolidou o seu negócio, contando atualmente com 14 funcionários, dispondo de duas unidades.
Dedica-se à venda de produtos regionais certificados, com o comércio de carne, que prima pela qualidade, ao público e empresas por toda a ilha de São Miguel.
Márcia Sousa presente
Os convívios regionais que nos EUA são de longa história, são um motivo para realçar naturais das vilas e cidades em festa.
Entre os presentes, Márcia Sousa, que “descobriu” os EUA em 2008, daqueles tipo de descoberta que vem acompanhada de educação académica e que lhe serviu de trampolim a voos condizentes com a sua formação.
Márcia Sousa é licenciada em Gestão de
Empresas pela Universidade dos Açores, que concluiu em 2000.
Foi Economista e Técnica Oficial de Contas, na empresa Lucromais Lda sob a gerência do economista, Mário Fortuna, de 1999 a 2007. Técnica de Contabilidade na Fábrica de Cervejas Melo Abreu, de João Moniz, nos anos 2000 e 2001. Formadora nas Escolas Profissionais da Ribeira Grande e Eprosec em Ponta Delgada, 1999 a 2004. Economista em parceria na realização de estudos económicos e estratégicos e preparação de candidaturas a Sistema de incentivos de empresas regionais e de Câmaras Municipais de 2001 a 2007. Diretora Administrativa e Financeira da Fundação para o Desenvolvimento Sócio Profissional e Cultural da Ribeira Grande de 2004 a 2007. Assistente Técnica do ViceConsulado de Portugal em Providence, início de funções em Setembro de 2010. Desempenhou as funções de Vice-Cônsul de Portugal em Providence.
No desempenho desta função, assumiu as tarefas administrativas, com incidência em atos de registo civil e notariado, emissão de documentos de identificação e viagem, contas de gerência, representação em atividades culturais, entre outras.
Desempenhou o cargo de diretora de Operações e Importação, na empresa Henry Gonsalves de 2 de abril de 2018 a 13 de maio de 2019.
Em Agosto de 2021 inicia a sua atividade de consultora da Portugal Solutions, Professional Services, localizada em East Providence, RI. Conselheira da Diáspora Açoriana.
Podemos acrescentar quando finalizava as funções junto do consulado de Portugal em Providence, culminou com a angariação de fundos para o histórico Waterfire que recebeu o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, integrado nas celebrações do Dia de Portugal/RI/2018.
Não obstante todo este leque de formação, sempre se identificou com a comunidade, chegando a ser os padrinhos com o seu marido, o senador Daniel da Ponte, das marchas populares da banda do Clube Juventude Lusitana em Cumberland.
Bolsas de estudo
O convívio de naturais da Vila de Rabo de Peixe, São Miguel, além do encontro amigo e familiar tem servido de instrumento de apoio a uma segunda geração com a atribuição de Bolsas de Estudo.
Será uma forma de alertar os mais jovens para a existência de uma comunidade que precisa da sua ajuda para se manter viva em terras dos EUA.
Joseph Paiva, ativo elemento dos Amigos de Rabo de Peixe, a que já presidiu assumiu a presidência da assembleia geral e da comissão das bolsas de estudo, estava rodeado por Elvira Raposo e Donna Gonçalves.
Muito oportunamente foi guardado um minuto de silêncio em memória da professora Silvina Estrela, ali representada pelo marido e ativo elemento do convívio Manuel Estrela e uma filha.
E ainda José Moniz.
Nos 23 anos da atribuição das bolsas de estudos foram agraciados mais dois alunos com o montante de 750 dólares cada: Victoria Cabral, residente em Seekonk, MA, filha de Mike e Debbie Cabral, neta paterna de Manuel e Maria da Glória Cabral e neta materna de Mariano e Maria de Fátima Dias.
Victoria concluiu o Rhode Island College em maio com o bacharelato em Artes/Serviço Social.
Prossegue o mestrado no outono.
Jared Cabral, residente em Seekonk. MA, filho de Manny e Susie Cabral, neto materno de José e Maria José Vieira Plácido, neto paterno de Manuel e Maria da Glória Cabral.
Jared Cabral frequenta o Rhode Island College onde pretende concluir os estudos em Marketing e Digital Media.
por Augusto Pessoa, nos EUA *
Exclusivo Portuguese Times/
Diário dos Açores *