O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, afirmou ontem ao jornal Público que o partido não aprovará uma moção de censura que seja apresentada contra o Governo dos Açores, contrariando o que disse Nuno barata, líder da IL na Região.
Rui Rocha regista que “todos os actores políticos açorianos consideraram que havia condições para a continuidade do Governo”.
Em entrevista ao Público, Rui Rocha exclui o voto favorável a moções de censura – ao contrário do que fez Nuno Barata, o deputado regional da IL.
Em futuras legislativas na República, a IL está disponível para um acordo com o PSD, sem ter que ir para o Governo.
Nuno Barata, no dia em que anunciou a retirada do apoio à coligação, no Parlamento regional, declarou publicamente, em entrevista à Antena-1 Açores, que se algum partido apresentasse uma moção de censura, votaria a favor, porque “não iria defraudar as intenções dos seus eleitores”.
Recorde-se que, nos últimos dias, o Representante da República (RR) para os Açores alertou o deputado da Iniciativa Liberal e o independente Carlos Furtado para a necessidade da “estabilidade política”, após ambos terem rompido o acordo com o Governo açoriano.
Numa carta datada de 10 de março, enviada pelo RR à IL, Pedro Catarino revela ter tomado a “devida nota da decisão tomada” pelo deputado liberal Nuno Barata em “denunciar o acordo de incidência parlamentar” com o PSD, que suportava o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).
“Respeitando a decisão tomada pelo grupo coordenador local da IL dos Açores e não desejando interferir no funcionamento e competências da Assembleia Legislativa, permito-me sublinhar os valores da estabilidade política e do regular funcionamento dos órgãos de poder regional”, escreveu o RR.
Pedro Catarino diz ainda estar “convencido de que a IL continuará a ter em conta tais valores na sua participação nos trabalhos da Assembleia Legislativa”, referindo-se à estabilidade política.