Diário dos Açores

Uma oposição com a tática do Jaime Pacheco

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Tática de quem? Para responder já, convém começar por dizer que Jaime Pacheco foi um bom jogador de futebol que enveredou, como tantos outros, pela carreira de treinador. Carreira essa que atingiu o auge no Boavista. O título de campeão que conquistou é um dos maiores feitos alcançados no futebol português.
O treinador Jaime Pacheco ficou conhecido pelo estilo aguerrido (vamos dizer assim) que impunha às suas equipas e, também, por algumas frases que arrancaram gargalhadas. Uma delas, talvez a mais famosa, foi proferida nas vésperas de um jogo na casa de um dos chamados grandes do futebol português. À pergunta “como vai jogar o Boavista?”, foi dada a seguinte resposta: “Vamos jogar ao ataque… fechadinhos lá atrás!”
Assim está a oposição nos Açores. O PS/Açores e o BE/Açores, dia sim, dia sim, surgem na praça pública a criticar o governo regional. Mas não estamos a falar de criticazinhas.
O PS e o BE, em toda e qualquer área de governação, acusam o governo de incompetência, ausência total de resultados, impreparação, não justificação de milhões e milhões, etc..etc.. etc… No léxico recente, por exemplo do PS/Açores, surgiu a “acusação” de negação. O governo regional deixou de estar “politicamente morto” e de “certidão de óbito” passada para estar agora “em negação”.
Segundo li, o Presidente do PS/Açores referiu e cito que “O Governo está em estado de negação e deve refletir se esta é a melhor forma de servir os interesses da Região e se esta disponível para devolver a palavra a palavra ao povo açoriano, a bem dos Açores.” Esta frase foi proferida na Vila Baleeira. Nas Lajes do Pico. Estava o PS em jornadas parlamentares na Filarmónica Liberdade Lajense.
A opção que está subjacente na frase deixa-me triste. Confesso que tinha a esperança que na terra de “heróis do mar”; de homens e mulheres de uma valentia ímpar; na terra onde se abomina “água morna”; onde não se tolera aqueles que ficam “em cima do muro”, o PS diria, finalmente, presente. Presente aos Açores. Sem medos ou temores. Sem tacticismo ou estudos de opinião. Afinal, não. A bola continua a queimar nos pés do PS. O PS quer continuar nisto. O PS vai continuar fechadinho lá atrás. Porquê? Não sei. Ou sei, mas prefiro dizer que não sei.
O PS, independentemente do resultado, sairia sempre a ganhar. Sempre! Os superiores interesses da Região é o que norteia o PS. Pedir aos outros que façam o que nós podemos fazer – e nem queremos ouvir falar! – é revelador de muita coisa. Infelizmente não é nada clarificador e não traz nada de positivo aos Açores.
A terminar, como curiosidade, resta dizer que a tática de Jaime Pacheco… acabou num cabaz. É esse o resultado de táticas estapafúrdias!

Hernani Bettencourt*

*Jurista

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