O enólego Paulo Lareano acaba de colocar no mercado um vinho licoroso do Pico com o preço de 900 euros.
Trata-se do Potion Licoroso DOC Pico 2003, estando disponíveis apenas 300 garrafas.
Paulo Laureano lançou, igualmente, outros dois vinhos: Tarelo e Tarelo Monumental.
“Tarelo”, como se sabe, integra a expressão açoriana “não tens tarelo”, usada para indicar “falta de juízo ou sensatez”.
Segundo o enólego, este foi o mote para se fazer uma reinterpretação e criar a marca Tarelo, com o objetivo de elevar a expressão a um novo patamar, transformando-a num símbolo de sofisticação e qualidade.
Três vinhos distintos
A marca Tarelo quer marcar um novo capítulo na história do vinho português, com enfâse na ilha do Pico, “que pretende ser um convite à descoberta do que torna cada vinha e cada uva únicas”.
Os primeiros lançamentos da Tarelo são três vinhos distintos: Tarelo IG Arinto e Verdelho 2019 Branco, um vinho branco de carácter exótico, fresco e elegante, com 6.600 garrafas disponíveis a 30 euros; Potion Licoroso DOC Pico 2003, um licoroso de 20 anos feito a partir de uvas cultivadas no lajido, um solo vulcânico único que confere aos vinhos uma identidade irrepreensível, e Monumental Arinto 2018 Branco, um vinho proveniente da casta Arinto do Pico, uma das mais ancestrais da ilha, com mil garrafas disponíveis a 80 euros.
Com raízes nos Açorers
“Com raízes nos Açores, mas com um espírito de exploração e inovação, está no plano de negócios da marca explorar a diversidade e a riqueza que as ilhas ainda têm por explorar”, sublinha o enólego, que adianta a filosofia da marca: “No stupid people beyond this point” (Não existem pessoas estúpidas além deste ponto), é o lema que norteia a estratégia, “uma promessa de excelência, de vinhos que refletem o terroir onde são cultivados e que podem ser apreciados por aqueles que entendem e valorizam a arte da vinificação”, adianta Paulo Laureano.
Cada garrafa de Tarelo conta uma história de tradição, dedicação e paixão, transmitida através dos sabores e aromas únicos dos vinhos portugueses, em específico dos Açores.
Paulo Laureano é mais do que um enólogo, considerado um artista, um educador e, acima de tudo, um apaixonado por vinho.
A sua jornada inicia-se como agrónomo, percorrendo um caminho fascinante que o leva por Portugal, Espanha e Austrália, e que inclui uma década a leccionar na Universidade de Évora.
Em 1993 orienta-se para a sua verdadeira vocação: desenhar vinhos.
Hoje, é reconhecido como um dos enólogos portugueses mais conceituados, sendo uma referência incontornável nos vinhos do Alentejo.
Em 1999, a paixão partilhada com a família pelo vinho leva-o a criar a sua própria empresa, um projecto que cresce e assume cada vez mais importância na sua vida.
O compromisso inabalável com as castas portuguesas é uma expressão do seu respeito pela tradição e cultura vinícola de Portugal.
Para Paulo Laureano, “o vinho é mais que uma bebida; é um factor de civilização, um meio através do qual a cultura é partilhada e celebrada”.