“Este livro não é apenas uma história, é uma experiência emocional profunda para corações de todas as idades, que nos faz reflectir sobre o sentido da vida e o valor das relações que mantemos.”
Diário dos Açores

“Este livro não é apenas uma história, é uma experiência emocional profunda para corações de todas as idades, que nos faz reflectir sobre o sentido da vida e o valor das relações que mantemos.”

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“Benny tem um sonho” é o livro escrito por Lídia Farinha, cuja tónica do mesmo recai numa mensagem repleta de amor e superação que convida ao diálogo entre pequenos e graúdos.

Lídia Farinha é fisioterapeuta, osteopata e professora de Terapia Manual. Porém, conjuga a sua profissão com um dos seus maiores sonhos de infância, o de ser escritora. Lídia é a mente responsável pela história que embala o livro “Benny tem um sonho” e terá a prazer de retornar ao arquipélago dos Açores para apresentar o seu trabalho.
De 30 de Novembro a 5 de Dezembro, estará em Santa Maria, iniciando a sua visita, com uma apresentação para o público, na Biblioteca Municipal de Vila do Porto e percorrendo todas as escolas da ilha.
De 5 a 12 de Dezembro, é a vez de São Miguel, receber a história do “Benny”, que para além de apresentar o livro em várias escolas para os alunos do 1º e 2º ciclo, estará a 7 de Dezembro, às 18.30h, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, evento este, aberto ao público.
O Diário dos Açores esteve à conversa com a autora para conhecer melhor o seu trabalho bem como perceber o que a inspirou para a criação deste livro e desvendar que projectos aguardam o futuro do Benny e dos seus companheiros.

Fale-nos um pouco sobre si.
Chamo-me Lídia, tenho 37 anos, sou escritora nas horas vagas, fisioterapeuta, osteopata e professora de Terapia Manual. Tenho chinchilas como animais de estimação, gosto imenso de ler, e tenho uma curiosidade inata por aprender.

Como surgiu o conceito para a criação do livro infantil “Benny tem um sonho”?
Escrever um livro infantil é talvez o meu sonho mais antigo de que me recordo.
Trazer o Benny para este sonho inicialmente não estava previsto. A sua história de superação foi tema para a preparação de uma palestra, e ao construir material de suporte para disponibilizar, fui encorajada a solicitar ilustração para o texto e publicá-lo no formato em que se encontra disponível.
Aceitei o desafio e desde o dia do primeiro rascunho ao dia em que tive o primeiro exemplar em mãos, passaram-se exactamente 3 meses.

O que a fez apaixonar pela escrita?
Na infância tive vários livros e um dia ofereceram-me um livro ilustrado.
Apaixonei-me pela sua história e pelas lindas ilustrações, ao ponto de se ter tornado no meu “brinquedo” preferido, e assim foi durante muito tempo. O meu sonho de menina é ser escritora, inspirada nesse livro.
Lembro-me de ser bem pequenina e dizer que um dia eu viria a escrever um livro e a minha história seria a preferida das crianças que a conhecessem.

A Lídia detém formação em fisioterapia. A sua formação acaba por ter influência na temática do livro?
Sou fisioterapeuta há 16 anos, e embora a nível profissional lide com muitos desafios de vida, nomeadamente as perdas, o luto e a morte, nos seus mais variados graus. Desde perdas de capacidade motora, sensorial, cognitiva, perdas de oportunidades como consequência das primeiras perdas, perdas de expectativas; os lutos pela tomada de consciência das perdas referidas, a morte de sonhos, até aos vários tipos de morte a que física e psicologicamente o ser humano pode vivenciar.
No caso concreto deste livro, a profissão poderá ter tido a sua influência sim, porém, o teor é uma narrativa verídica metaforizada, em que quis normalizar a questão das perdas, do luto e da morte, na medida em que é algo para o qual ninguém nos prepara, apesar de ser transversal a todos nós, pois perder é o que de mais certo existe na vida.

Teve a oportunidade de organizar apresentações do seu livro em sete ilhas do arquipélago dos Açores, nomeadamente nos grupos Central o Ocidental bem como pela Madeira. No entanto, no mês de Dezembro irá proceder à apresentação da sua obra nas ilhas de Santa Maria e São Miguel, entre os dias 5 e 12 de Dezembro. O que podemos esperar destas suas apresentações. Quais as suas expectativas para as mesmas?
Esta história verídica desvenda os sonhos e o propósito de vida de Benny, uma chinchila cuja jornada é uma metáfora para a nossa própria procura de significado e realização. Mas “Benny tem um sonho” vai para além das questões de sonhos e esperanças. É uma narrativa corajosa que aborda um tema universal. É uma história que nos ensina a lidar com as adversidades da vida, a encontrar força na vulnerabilidade e a descobrir a beleza na jornada, mesmo quando enfrentamos desafios inimagináveis.  
Este livro não é apenas uma história, é uma experiência emocional profunda para corações de todas as idades, que nos faz reflectir sobre o sentido da vida e o valor das relações que mantemos. É uma obra que nos desafia a sermos melhores seres humanos, mais compassivos e solidários.  
Das apresentações do livro, podem esperar vivências cheias de emoção e empatia. Envolvimento com o público, para além de poderem ter pontualmente um momento de leitura, teremos oportunidade de partilha, perguntas e respostas, e mediante as faixas etárias, a oportunidade de discussão sobre alguns dos temas do livro.
A tónica na mensagem de amor e esperança de que o mundo está cheio de possibilidades para cada um de nós. E ainda, oportunidade de conexão com a comunidade, através da transversalidade das temáticas.
Desejo que esta história promova momentos de inspiração e reflexão nas crianças e adultos quanto à força que existe na nossa capacidade de Sonhar. Sonhar grande dá o mesmo trabalho que sonhar pequeno, então sonhemos sempre em grande.
Desejo ainda que esta história possa promover valores como a compaixão, a empatia e a crença de que há lugar para todos e todos somos importantes, independentemente do nosso ponto de partida.
Anseio que este livro abra muitas possibilidades de diálogo entre as famílias e a comunidade, pais e filhos, avós e netos, alunos e professores, ao incentivar diálogos profundos e a facilitar conversas que tendem a ser mais pesadas, fortalecendo laços familiares através da leitura compartilhada.
Por fim, e não menos importante, almejo que “Benny tem um sonho” incentive e reforce o gosto pela leitura entre as crianças, e que se torne uma ferramenta educacional para pais e professores.

Como tem sido a recepção por parte do público-alvo para o livro “Benny tem um Sonho”?
A recepção do público tem superado as minhas melhores expectativas. O acolhimento tem sido incrível, as pessoas acham curioso um livro cujas personagens são chinchilas, a amorosidade das ilustrações, e o encadeamento de temas explorados e por explorar que vêm referenciados no livro.
A cada presença oficial em escolas, bibliotecas e eventos sinto-me sempre calorosamente recebida pelos mais novos e pelos adultos.

É uma das poucas escritoras com um livro de edição própria, sem editora nem distribuidora. Promover o seu trabalho é um desafio constante?
Esta jornada tem tanto de maravilhosa como de incerta, mas a partir do momento em que me sinto a cumprir o meu propósito de vida, as portas abrem-se a cada passo do caminho, que tem vindo a ser desbravado totalmente sozinha, com o apoio incondicional da minha também Família Mágica.
É um desafio constante, mas apaixonante e encantador, pois as histórias encurtam as distâncias entre seres humanos, ligam corações, esta em particular, abre muitas possibilidades para conversar sobre alguns temas “tabu”, e com muita facilidade identificamo-nos com as personagens da história e com a narrativa.

Já tem em mente a elaboração de uma nova obra infantil?
Já escrevi mais livros do Benny, todos integram a colecção da marca “Benny e os Amigos”. Neste momento o “Benny 2”, chamemos-lhe assim, encontra-se em processo de ilustração, “no forno” como carinhosamente me refiro a ele.
Um livro que foi escrito aquando da minha primeira viagem às ilhas no passado mês de Agosto. Já escrevi mais dois livros do Benny, mas estes terão de aguardar pela respectiva oportunidade para que cada título siga o seu curso, antes de poderem estar disponíveis para a comunidade.
Do “Benny 2” posso adiantar que a única personagem que se repete é o protagonista que dá nome à série Benny, existem mais três personagens, relacionados com fauna e flora regional. Ainda de véu levantado, posso dizer que a temática é sobre o nosso valor enquanto seres únicos. Um livro que poderá inspirar quem sofre de bulliyng e outras formas de violência, e que pretende também ajudar os agressores ao relembrar-lhes que também são seres únicos, não havendo necessidade de tratar mal os outros.

Caso as pessoas tenham interesse em obter o seu livro, onde o podem fazer? Apenas pelas suas redes sociais ou o mesmo já se encontra à venda em algum espaço físico?
Para aquisição deste livro e de futuros títulos poderão contactar-me através das minhas redes sociais (@bennyeosamigos), ou nos pontos de venda, a lista com os pontos de venda está no meu site: www.lidiafarinha.com, sendo que ao encomendar directamente a mim, poderão ter exemplares autografados por mim e pelo Benny, e nesta primeira edição do livro “Benny tem um sonho”, ofereço os portes de envio para todo o território nacional.

Quais as suas expectativas para o futuro?
Ambiciono, enquanto escritora, conseguir criar um impacto memorável. Alimento a esperança de que as minhas histórias deixem um impacto positivo e duradouro nas vidas das famílias e comunidades, e não apenas nas crianças, ao contribuir para o seu desenvolvimento emocional, social e intelectual. Afinal o meu sonho há 35 anos era que se viesse a tornar na história preferida de quem a conhecesse. Manifesto ainda o desejo de alcançar um público cada vez mais amplo ao longo do tempo, chegar a mais comunidades e compartilhar as mensagens inspiradoras de cada livro, com um número crescente de leitores e amigos do Benny, razão que me fez em 4 meses trazer a mensagem do Benny às nossas 11 ilhas habitáveis, contribuindo assim para a realização de outro sonho, conhecer todas as ilhas portuguesas e conviver com os seus habitantes.
Quanto a colaborações e projectos futuros, tenho em vigor um projecto mais dirigido para escolas, chamado “Escolas Mágicas”, já lancei o desafio a escolas em vários pontos do país que já visitei ou que já está agendada visita, e de momento estão a considerar aderir escolas nas seguintes localidades: Santa Maria, São Miguel, Beja, Amadora, Sintra, Leiria e Funchal. Creio que das escolas mágicas nascerá verdadeira magia, podendo contribuir para projectar os mais variados talentos artísticos. Para mais informações poderão entrar em contacto.
Desejo continuar a simplificar alguns temas fracturantes da sociedade e criar histórias dentro da colecção Benny e os Amigos ou outras. Manifesto interesse em ser uma influência positiva na sociedade, alimento a esperança de que as minhas histórias contribuam para uma mudança positiva na sociedade, contribuindo para a promoção de valores importantes e estimulação de discussões construtivas sobre temas relevantes.
Através deste caminho, não nego que gostaria ainda de, oportunamente ser reconhecida, seja através do reconhecimento por parte da comunidade, que já está a acontecer, desejo ainda de ter a oportunidade de ganhar prémios literários, e não menos ambicioso, de ter a chance de ver a minha palavra escrita incluída em programas educacionais.
Desejo ainda que toda a minha trajectória, apesar de eu ter um longuíssimo caminha pela frente, possa inspirar outros escritores, em especial os que estão no início, e contribuir para o crescimento e diversidade do cenário literário, infantil e não só.
Por último, e não menos importante, manter o compromisso contínuo com o desenvolvimento pessoal e profissional, na procura constante de novas habilidades, conhecimentos e abordagens criativas que ajudem a manter a paixão pela escrita e pela criação de histórias que impactam positivamente as vidas das pessoas.

por Ana Catarina Rosa

jornal@diariodosacores.pt

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