Lomba da Maia de má saúde
Chrys Chrystello

Lomba da Maia de má saúde

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1. Posta de Saúde
Quando se padece de alguma maleita vai-se ao Posto de Saúde mais próximo para se melhorar e não para se piorar, como parece ser o caso no dilapidado Posto da Lomba da Maia. Ao entrar deparei com baldes espalhados, uma pequena cascata deslizava pela parede ao lado do WC dos homens, e quando meto os sapatos no gabinete administrativo comecei a chapinhar no lençol de água que caraterizava o chão do aposento. A funcionária, de botas e peúgos duplos, queixava-se do chão alagado e da impossibilidade de se trabalhar naquelas condições. Havia toalhas e cartões prensados no chão a tentarem (inutilmente) absorver a água que tornava insalubre aquele local. Um atentado à saúde de funcionários e utentes. De facto, já em visita anterior constatara o excesso de humidade e inúmeras infiltrações nas paredes do edifício, mas nunca vira tanta água como agora. Medidas imediatas de reparação urgente ou uma mudança das instalações seria o que algum executivo de bom senso decretaria. Tomei nota mental de usar galochas em futuras visitas. E deixa-se a pergunta em quantas freguesias não haverá situações semelhantes?
2. Abrigos nas paragens de autocarro
Resido na freguesia há 17 anos e fico sempre compungido com a indiferença autárquica pelas crianças em idade escolar (que se deslocam para a EBI da Maia ou ES da Ribeira Grande) e demais população idosa e doente por estarem expostos ao frio, à chuva abundante e ventos frequentes que assolam os locais onde implantaram as paragens da camioneta de carreira.
Quando me desloco ao vizinho concelho do Nordeste vejo abrigos modernos, bem delineados em todas as freguesias, mas aqui devem ter superpoderes estes habitantes para estarem à chuva, frio e vento sem adoecerem enquanto esperam pelo autocarro. Se a Junta de Freguesia não tem fundos que peça a ajuda da Câmara da Ribeira Grande para criar abrigos. E deixa-se a pergunta em quantas freguesias não haverá situações semelhantes?
3. A Estrada Lombinha – Maia
Perdi a conta às vezes que já escrevi sobre este assunto nos jornais mas parece que a estrada costeira entre a Lombinha da Maia e a Maia (caminho municipal 519) em obras há dois anos vai candidatar-se ao Prémio Santa Engrácia, quando a conclusão das suas obras ocorrer. Depois de dezembro 2015 várias derrocadas ocorreram, felizmente sem vítimas a lamentar, apesar do enorme trânsito que tinha, em especial autocarros escolares. De promessa em promessa os anos passaram. Os transportes privados, os públicos, incluindo os transportes escolares, fazem desvios morosos por Calços da Maia, Gorreana e São Brás em estradas que não foram feitas para tal movimento e depois de anos de a estrada ter estado cortada à circulação entre a Lombinha e a Maia, mantém-se o silêncio sobre o andar das obras ou a razão da sua paragem. Eu fiquei tranquilo em julho 2020 pois a malfadada estrada entre a Maia e a Lombinha da Maia (cuja passagem de viaturas foi encerrada com pompa e circunstância) iria entrar em obras à medida que a data de eleições se aproxima. Mas já vieram e foram umas tantas eleições e de conclusão da obra nada. Murmura-se que o projeto foi mal pensado e não resultava…
4. Centro de Dia
Piorque esta obra da estrada é a conclusão do Centro de Dia na Rua da Igreja na Lomba da Maia, começado in ilo tempore, parado e enferrujado num para arranca, ano após ano, sem nunca mais ser formalmente concluído e inaugurado ao fim de tantos anos de promessas, dádivas da diáspora e anúncios vários. Este assunto interessa-me particularmente pois estou a chegar à idade em que preciso dele para ter com quem jogar uma bisca lambida ou uma sueca, mas a data de abertura ainda se mantém no segredo dos deuses e a esses não tenho acesso.

 

*Jornalista, Membro Honorário Vitalício 297713 (Australian Journalists´ Association MEAA)

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