Tem-se assistido a uma maior complexidade, e exigência, nos contextos escolares, quer devido aos seus conteúdos programáticos, ou à forma como são lecionados, quer aos timings que são impostos para o cumprimento de objetivos. Concomitantemente, verifica-se um aumento nas taxas de insucesso escolar, fracasso após fracasso, muitos jovens vão deixando de acreditar na sua capacidade para concretizar as tarefas escolares com sucesso, empobrecendo o seu interesse e, consequentemente, o seu desempenho ao longo do tempo. E começa a “bola de neve”: insucessos consecutivos, perda de interesse, baixa escolaridade, falta de formação, desemprego, etc. Quem deixa de acreditar em si, e nas suas capacidades, provavelmente nunca irá reconhecer um sucesso! Qualquer pessoa possui mecanismos que permitem gerir o que sente, as suas motivações e até as suas ações, mas nem sempre sabem como os utilizar. Então, porque não criar (e incluir) a Educação Emocional nos currículos escolares? Compromete assim tanto o cumprimento dos currículos? Ou será que irá potenciar a aquisição de conhecimentos e as taxas de sucesso? Não excluindo a relevância de experienciarem situações agradáveis, é importante que os jovens consigam aceitar, de forma saudável e construtiva, os resultados menos positivos. E é aqui que entra a Educação Emocional, pois potencia o desenvolvimento emocional como suplemento do desenvolvimento cognitivo. Juntos tornam-se essenciais para o desenvolvimento geral do ser humano, sendo o seu fim último o bem-estar pessoal e social de cada um. “A maior competência neste século XXI é certamente saber lidar com a permanente mudança e diversidade, e saber fazê-lo com abertura, curiosidade e flexibilidade.” (Margarida Gaspar de Matos inAdolescentes – As Suas Vidas, o Seu Futuro).
Fique bem pela sua saúde e a de todos os açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
*Psicóloga Educacional na Escola Profissional de Capelas