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Santo Cristo: alterações positivas não causam “ruído”

O reitor do Santuário de Nossa Senhora da Esperança, onde se venera a secular imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, disse que “qualquer alteração, por mais justificável que seja, causa ruído”, referindo-se ao formato das festas que existia antes da pandemia e que pretende manter. Estamos perante uma opção e uma decisão muito respeitáveis.
No entanto, com toda a consideração devida ao reitor Manuel Carlos Alves, cónego e intelectual, a sua afirmação, tomando-a num sentido mais lato, merece da minha parte uma ligeira e respeitosa observação.
As mudanças não causam “ruído” se forem para melhorar as situações existentes e para recuperar valores de algum modo desvirtuados. Há que acabar com interferências políticas e outras nas festas em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres, há que acabar com protagonismos sociais e pessoais, há que acabar com vaidades diversas e há que elevar o sentido religioso sobre o profano e os negócios que giram à volta deste culto secular.
O reitor Manuel Carlos Alves tem muito para fazer, promover e corrigir, sem receios nem tibiezas, com o objetivo de purificar o culto que lhe compete defender.
A sua função não é dizer “amém” a tudo, para não levantar “ondas”. Pelo contrário, deve fazer valer a sua autoridade de reitor, contrariar vícios de anos, opor-se a condicionalismos ilegítimos e impedir que interesses particulares se aproveitem do culto ao Senhor Santo Cristo.
A função que assumiu é difícil, com certeza que sim, mas tem que a cumprir na fidelidade e na pureza a uma tradição religiosa de séculos, como é obviamente o seu propósito, mas para tal tem que “cortar a direito” sempre que tal se justifique.
“A Igreja é para todos” e, por isso, “todos são convidados a participar na festa, todos são chamados a prestar a sua homenagem ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, porque importa que todos caminhemos juntos e com empenho na construção de um mundo melhor”, afirmou também o cónego Manuel Carlos Alves em conferência de imprensa, para apresentar o programa das festividades que decorrerão em Maio próximo.
Partindo de tão sábias e oportunas palavras, eu gostaria de realçar, no mesmo sentido, que o culto ao Senhor Santo Cristo dos Milagres não é deste ou daquele, é um património de todos, crentes e até não crentes, mas que o respeitam e acarinham.
A feliz expressão do Papa Francisco “todos, todos e todos” aplica-se também e muito bem ao culto ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, no preciso sentido de todos acolher, todos respeitar e todos envolver num ambiente de fraterna amizade, como, de resto, é tão característico do povo das ilhas açorianas.

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