Casa do Povo de Água de Pau arranca com projecto inovador em São Miguel
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- Publicado em 06-03-2020
- Escrito por Olivéria Santos
Em Setembro de 2019, a Casa do Povo de Água de Pau foi convidada a apresentar uma proposta para a realização de actividades integrantes no projecto vencedor da edição de 2018 do Orçamento Participativo dos Açores. Este projecto, em acção desde Janeiro deste ano, prevê a prática de Yoga e outras técnicas de meditação tais como o mindfullness que, perante crianças e jovens com problemas como agitação, nervosismo, falta de concentração, falta de vontade de estudar, dificuldades de aprendizagem, problemas de relacionamento com professores e colegas, podem ajudar estas mesmas crianças e jovens a crescerem de uma forma mais saudável.
À conversa com o Diário dos Açores, Ana Melo, Presidente da Casa do Povo de Água de Pau explicou como se está a desenvolver este projecto.
Diário dos Açores - A Casa do Povo de Água de Pau está a levar a cabo desde Janeiro deste ano a prática de Yoga e outras técnicas de meditação tais como o mindfullness. Explique em que consiste este projecto e como se está a desenrolar?
Ana Melo - Este projecto surge a convite da Direcção Regional da Solidariedade Social, para apresentarmos uma proposta para a realização de actividades integrantes no Projecto vencedor da edição 2018 do Orçamento Participativo dos Açores 2018. Desenvolver práticas integractivas no âmbito da intervenção social, junto de grupos de crianças e jovens nas freguesias de Água de Pau e Arrifes foi, efectivamente, o grande propósito inerente a esta proposta. O projecto prevê, assim, a aplicação de sessões de yoga e mindfulness semanais, bem como desenvolvimento de workshops comunitários nas áreas referenciadas e, em períodos não lectivos, serão desenvolvidos workshops de dança criativa, expressão dramática/corporal e hip hop. Estas actividades iniciaram-se em Janeiro e estão a decorrer bem, com boa aceitação por parte dos intervenientes e de acordo com o previsto, numa parceria conjunta da Casa do Povo dos Arrifes e o CDIJA, através da implementação de um método de avaliação do referido projecto.
Destina-se a quem?
AM - Destina-se a crianças e jovens dos 3 aos 14 anos de idade, que se encontram a frequentar uma valência CATL- Centro de Actividades de Tempos Livres. Neste momento, estão a decorrer sessões de Yoga em 8 grupos e de mindfulness em 2 grupos, repartidos por escalão etário, com o propósito de combater alguns défices identificados nas crianças e jovens de hoje, como hiperactividade, nervosismo, falta de concentração, falta de motivação para o estudo e com dificuldades de aprendizagem, bem como problemas de relacionamento com os colegas.
Que contributos estas terapias alternativas podem dar no dia-a-dia de quem as pratica?
AM - Pensamos que muitos. Aliás, nesta matéria, estudos recentes revelam que, nos últimos anos, se tem assistido a um aumento significativo de transtornos mentais em crianças entre os 5 e os 16 anos de idade, sendo a ansiedade e depressão como os mais comuns. Aliado aos mesmos, e como já referido, verifica-se a existência de crianças e jovens mais agitados, nervosos, com falta de concentração e vontade de estudar, com problemas de relacionamento com as outras crianças e jovens e pouco tolerantes à frustração. A implementação destas novas metodologias e novas práticas têm, de facto, contribuído para a redução dos níveis de ansiedade e dotam as crianças e jovens de estratégias que lhes permitam uma melhor gestão emocional, bem como um melhor relacionamento com os outros e, sobretudo, a valorizar a importância dos afectos com e entre os outros.
Quais as vossas expectativas?
AM - Temos efectivamente boas perspectivas para este projecto. Acreditamos no benefício destas novas terapias e metodologias para as crianças e jovens da actualidade, hoje com um acesso exponencial às novas tecnologias que, ainda que importantes para o seu desenvolvimento, importa, de facto, incutir limites no seu uso e encontrar o equilíbrio ideal para uma vida mental e social que seja saudável. Estamos conscientes do nosso papel activo e crucial na melhoria da qualidade de vida das crianças e jovens que frequentam não só as nossas valências, mas também da nossa entidade parceira – Casa do Povo dos Arrifes.
Ter crianças mais felizes é o nosso legado, mas também o nosso desafio constante, e a concretização deste objectivo passa, claramente, pelo acesso a novas práticas que lhes permitam uma melhor qualidade de vida, sendo que o desporto e a natureza são dois elementos cruciais a valorizar neste projecto para o crescimento de crianças saudáveis a todos os níveis: mental, físico e socialmente, bem como para o próprio amadurecimento dos nossos jovens.
Até ao momento como tem sido o feedback dos jovens envolvidos?
AM - Muito positivo. Quer as crianças e jovens, e até mesmo os seus encarregados de educação, têm dado um feedback muito positivo, transmitindo-nos que, muitas vezes, os filhos já reproduzem certos movimentos e actividades que aprenderam nas sessões. A maior parte dos encarregados de educação deu o consentimento para a participação no projecto e consideram uma mais-valia para o percurso de vida dos seus filhos. Acreditamos que temos um longo caminho a percorrer, mas que estamos todos no bom caminho.
Qual a vossa avaliação à implementação deste projecto?
AM - Atendendo à importância das actividades e ao seu papel inovador em contexto de CATL, propusemos uma parceria com o CDIJA no sentido de avaliar o impacto dessas actividades integractivas no comportamento a longo prazo das crianças e jovens. Para isso, houve o envolvimento das coordenadoras dos CATL’s e dos próprios encarregados de educação, na aplicação de testes no início do projecto, os quais serão repartidos aquando da avaliação intermédia passado seis meses da aplicação do projecto e depois no final em Dezembro.
Com essa metodologia, pretendemos demonstrar quais os benefícios das terapias alternativas no comportamento das crianças e jovens e da sua aplicabilidade no seu dia-a-dia, quer nos estabelecimentos de ensino quer nos CATL´s, onde as crianças e jovens passam a maior parte do seu tempo.
Outros projectos se seguirão?
AM - Nesse momento, pretendemos manter o sucesso e qualidade dos serviços prestados nas nossas valências. Mas, obviamente, estamos disponíveis para abraçar novos projectos e desafios que venham enriquecer e dotar a nossa comunidade de melhores condições. Temos em desenvolvimento o CDIJ – Centro de Desenvolvimento e Inclusão Juvenil - TREVO, destinado a jovens entre os 14 e os 21 anos de idade; o CATL Reviver destinado para crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem e que necessitam de um estudo orientado e de um trabalho de proximidade ao nível das aprendizagens; o CATL Mimo com capacidade para 20 crianças dos 3 aos 12 anos de idade e o CATL UPI, com capacidade para 30 utentes, destacando-se pela particularidade de ser um CATL inclusivo, preparado para receber crianças com necessidades educativas especiais.
Por último, destacamos a creche “Bem me Quer” com capacidade para 42 crianças, e que é também uma grande aposta desta instituição na promoção do desenvolvimento da freguesia e na lacuna que, até então, existia em valências para a primeira infância. Por outro lado, temos ainda a decorrer até Dezembro, o projecto RIIS que se prevê ser um sucesso e dar garantias de continuidade da aplicação destas metodologias de terapias alternativas no futuro, tornando-se uma actividade integrante do dia-a-dia dos nossos CATL´s. São projectos direccionados para a Educação, uma área que consideramos ser um pilar no desenvolvimentos das sociedades e, em particular, para a Vila de Água de Pau que ainda detém alguns problemas a este nível e que consideramos estar a dar um precioso contributo a este nível.
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