“Ainda não posso dizer que é uma aposta ganha, mas é um projecto que acredito no seu sucesso”
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- Publicado em 08-03-2020
- Escrito por Olivéria Santos
É natural do norte de Portugal, mas os Açores conquistaram o seu coração. Reconhecendo a qualidade da carne açoriana, o empresário Luís Almeida decidiu avançar com um projecto em que este produto pudesse ser apresentado de várias formas. Foi assim que nasceu o Rei dos Pregos, em Ponta Delgada, que aposta na diferenciação da carne dos Açores.
Diário dos Açores – Como nasceu este projecto?
Luís Almeida – Este projecto nasceu porque entendi que era interessante ter um bife onde se pudesse trabalhar a carne açoriana de formas diferentes daquilo que é o tradicional Bife à Regional. Nos Açores temos boa carne e bom peixe, e neste sentido, surgiu a ideia de apresentar esta carne ao público de formas variadas. Assim pensei no prego, um bife cortado fino e com um corte específico e que pode ser apresentado no pão, em bolo lêvedo ou no prato, sendo que neste caso é o tradicional bife à regional.
Em São Miguel e mesmo em outras ilhas dos Açores o prego no pão ainda não tem grande divulgação e em bolo lêvedo também não há muito pessoas a fazê-lo. Ainda temos outras opções, acrescentando ou reduzindo ingredientes.
Quanto tempo tem este projecto?
LA - Este projecto arrancou fruto de uma sociedade, mas a parceria não correu como o esperado, daí que decidi avançar com o Rei dos Pregos há cerca de um ano. Desde o início que estamos localizados na Avenida Infante D. Henrique, em Ponta Delgada. Após o termino da parceria, optei por fazer algumas alterações ao nível da decoração, tornando-o num espaço com estilo mais rústico. Na decoração temos relógios e máquinas fotográficas com 150 anos que estão expostos para quem gosta de apreciar este tipo de objecto antigo.
Todo o mobiliário, como mesas e cadeiras, foi executado por mim em madeira de criptoméria dos Açores. Temos muitos pormenores, como os cestos e outros objectos decorativos que fazem dos Rei dos Pregos ser diferente neste aspecto. No fundo é uma decoração que me faz lembrar a aldeia dos meus pais e onde também decidi apostar.
E como tem corrido o negócio?
LA – Tem sido um início muito trabalhoso. Comecei por redecorar a casa com um aspecto mais regional e mais apelativo. Ainda falta um longo trabalho de divulgação do Rei dos Pregos, porque apesar de estarmos localizados no centro de Ponta Delgada, se as pessoas não entrarem no nosso espaço e apreciarem a nossa gastronomia nunca vão ficar a saber o que fazemos.
Falta ainda consolidar a equipa de trabalho, mas é um projecto a que estou dedicado e que quero que ofereça o máximo de qualidade aliada a um bom preço. Aliás, estes são os objectivos de qualquer empresário.
A nossa mais-valia são, de facto, as diferenças na nossa ementa.
Que diferenças são estas? O que tem o Rei dos Pregos para oferecer?
LA – Desde os pregos no pão, no prato e em bolo lêvedo. No pão apresentamos várias opções, sendo uma delas pão com queijo amanteigado das Furnas, ou o prego especial que tem vários ingredientes e que fazem um contraste de sabores muito bom e que também é feito com bolo lêvedo. Quanto ao prego no prato, apresentamos vários tamanhos, com cortes diferentes e com uma oferta de vários molhos (molho da casa, à regional, com queijos da ilha, com mostarda, com cogumelos, pimentas e à moda do Porto que é regado com o molho da francesinha). Na nossa ementa temos também francesinhas tradicionais do Porto e as açorianinhas. Esta oferta tem sido muito apreciada pelos nossos clientes. Temos ainda frango assado, hambúrgueres, etc. Em relação ao peixe, apresentamos espadarte, atum, filetes de peixe e chicharros. Tudo muito bem confeccionado. As nossas cozinheiras têm já alguma experiência e com muita mão para a cozinha.
Noutra vertente também apostamos nos petiscos com asinhas de frango, pica-pau, gambas à la guillo, pão frito com pé de torresmo, atum temperado, morcela com ananás, tábuas de queijos… Enfim… temos uma oferta bastante diversificada e capaz de satisfazer os mais variados gostos de quem nos procura.
Que tipo de serviço oferece?
LA – Temos serviço à carta e buffet. Neste último caso é um serviço que está indicado para quando temos grupos ou em dias temáticos. Tentamos chegar ao maior número de pessoas e agradando todos quantos nos procuram. É preferível disponibilizar em buffet quando temos reservas de grupos porque assim o serviço é mais rápido.
Quem é a sua equipa?
LA – Neste momento temos duas cozinheiras, a Nair e a Sra. Maria, sendo que cada uma delas vem com experiência na restauração. Para além disso, a Sra. Maria é mãe de cinco filhos o que por si só deu-lhe muita experiência na cozinha porque sempre teve que cozinhar muito.
Na sala, a equipa ainda está a ser construída, mas acredito que estamos no caminho certo.
O Luís é natural de Lisboa. O que o trouxe aos Açores?
LA – Uma mulher (risos)… Casei com uma açoriana que me trouxe para São Miguel. Sou natural do Norte de Portugal, mas vivia em Lisboa há já muito tempo. Vim para cá e os Açores conquistaram-me por isso decidi ficar por aqui e montar o meu negócio.
Ainda está numa fase inicial, mas quais são as suas expectativas?
LA – Ainda não posso dizer que é uma aposta ganha, mas é um projecto que acredito no seu sucesso. O Rei dos Pregos precisa ainda de muito trabalho, de consistência e de uma equipa. Temos tudo para vingar como seja a localização, qualidade, diferenciação nos menus e pelo espaço que permite criar um ambiente muito agradável aos nossos clientes e que vale a pena visitar. Acredito que este espaço tem tudo para dar certo, agora é dar tempo, esperar pelas visitas dos nossos clientes e esperar que se sintam bem e fiquem agradados com a nossa oferta e o nosso serviço.
Estamos abertos todos os dias do ano, incluindo Natal e 1 de Janeiro das 11h00 às 23h00.
Até ao momento quais foram as maiores dificuldades?
LA – Os aspectos burocráticos foram um grande entrave. Os investimentos nesta área são grandes; não se compra o necessário com meia dúzia de tostões. Todos os equipamentos são caros.
Sobretudo, o mais difícil, nesta fase, é mesmo ter mão-de-obra qualificada e que queira trabalhar. Os bons profissionais estão empregados, acredito que também existam bons trabalhadores desempregados mas encontro muita gente flutuante. Aparece muita pessoa que só trabalha dois meses ou 15 dias e depois vai embora e nunca mais aparece. Há ainda alguns que dizem que só precisam de um emprego, pelo menos, durante seis meses ou um ano que é para depois poderem usufruir do centro de emprego. Tem acontecido muitos casos destes. São pessoas que precisam de dinheiro mas que não têm brio profissional e este tipo de colaborador não ajuda a levar a empresa para a frente.
O cliente que chega pode gostar da comida e do espaço, mas se não gostar do atendimento não volta. Os colaboradores são muito importantes para o sucesso de qualquer empresa e tem sido difícil criar uma equipa coesa.
No início de qualquer negócio tudo é muito mais difícil, é preciso fazer vários investimentos e é necessário ter a equipa certa.
É certo que ainda é cedo, mas é sua ambição ir mais longe? Tem outros projectos em mente?
LA – Sim. Queremos manter o Rei dos Pregos, também temos o Coriscada Bar que, ao nível da decoração, também segue o mesmo conceito regional. Temos tido um bom feedback dos nossos clientes destes dois espaços, mas estamos sempre atentos e abertos a novas oportunidades de negócio que possam surgir.
Gostava de expandir, sendo que um dos objectivos que gostaria de alcançar passa por poder fazer entregas ao domicílio.
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