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Publicado em 23-12-2016
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Escrito por Olivéria Santos
Natural de Rabo de Peixe, Paulo Vieira, de 33 anos de idade e pedreiro de profissão conta ao Diário dos Açores como elabora o presépio que ocupa a quase totalidade de um quarto lá de casa. Com peças todas feitas pelo próprio, este presépio tradicional já conquistou um primeiro lugar, na categoria de presépios tradicionais, no concurso de presépios de Rabo de Peixe.
Há quem diga que o Natal é para as crianças mas, de facto, não é bem assim. O Natal é para todos, sendo certo que quando há crianças por perto, assiste-se a uma certa magia que só mesmo os mais pequeninos são capazes de a fazer brilhar intensamente. E foi precisamente por causa dos irmãos mais novos que Paulo Vieira começou nesta sua aventura de construir um presépio fora do tamanho comum.
Conforme conta um pouco envergonhado, “há 7 anos que me dedico a fazer um presépio destas dimensões. Comecei a fazer por causa dos meus irmãos mais novinhos e fui fazendo”. Um presépio que este ano está mais pequeno, ocupando apenas metade do quarto, mas com espaço para que os visitantes possam entrar e contemplar a obra de arte de Paulo Vieira que, explica, reduziu este ano o presépio porque a avó faleceu.
É com orgulho que diz não gostar de uma peça em particular, assegurando que gosta de todas as peças de que fazem parte o presépio. “Fui eu que fiz as casinhas, os bonecos, a igreja, tudo”, assevera, acrescentando que uma vez que é pedreiro, e como faz casas no seu trabalho, “por isso também faço estas miniaturas”.
Um passatempo que executa aos poucos, durante todo o ano, depois do trabalho entre as 18h00 até às 21h00 ou 22h00. “Tenho ali no quintal uma oficina e vou fazendo lá as casinhas”, explica.
Entre todas as peças que já efectuou, a que levou mais tempo a terminar foi a igreja porque, conta, “é a Igreja de Rabo de Peixe. Fui fazendo aos serões, levou quase um mês a fazer. Com um serrote e uma navalha. Aquilo é mesmo madeira e platex”, adverte, explicando que “é tudo em madeira e está tudo ao pormenor”.
Outro pormenor deste presépio tradicional pode ser avistado ao fundo. Trata-se de uma roda de fogo que foi feita pelo pai que durante toda a vida trabalhou a fazer foguetes. Por este motivo, e em jeito de homenagem ao pai, Paulo Vieira também tem uma das casinhas com um fogueteiro, a “casa dos foguetes”, e todo o material que se usava antigamente para fazer os foguetes.
Outro aspecto de destaque está no facto do presépio ser movimentado, ter luz, água a correr e até peixes verdadeiros. Para colocar tudo isso em prática, Paulo Vieira esclarece que a única ajuda que tem é de um amigo que é electricista e que ajuda a fazer as ligações. “De resto, eu é que faço tudo”, ressalva.
E com o presépio deste ano já pronto, este «artista» já só pensa como será o do próximo ano: “Quando olho para o presépio gosto de ver, mas começo a pensar como é que vou fazer para o ano”, diz.
Em Rabo de Peixe este presépio é já conhecido por muitas pessoas e, como conta Paulo Vieira, “antigamente abria o presépio e vinha muita gente ver, mas este ano como faleceram três pessoas na minha família, incluindo a minha avó, acho que não vai ser assim”, comenta, chamando a atenção para alguns pormenores deste presépio que também tem uma senhora a bordar e o marido ao lado a ler o jornal.
Entre montar toda a estrutura e fazer todas as ligações, Paulo Vieira diz levar praticamente uma semana a ter tudo concluído. “Costumo pensar nisso durante o trabalho, como é que vou por os bonecos ou quando vejo algum bocadinho de madeira penso como posso aproveitar. Estou sempre a pensar nisso”, refere, adiantando que “este ano nem ia fazer nada, mas depois os meus colegas deram-me força e fiz. Se Deus não acode era o quarto todo”, ressalva.
Um presépio que este ano está mais alto, em comparação ao ano passado.
Paulo Vieira confessa ainda que tem por hábito concorrer ao concurso de presépios organizado pela Junta de Rabo de Peixe, sendo que o ano passado ficou em primeiro lugar dos presépios tradicionais. “Sabe bem ver o nosso trabalho reconhecido”, comenta um pouco envergonhado.
A terminar Paulo Vieira entende que Natal significa o presépio. Como diz, “se não houver presépio não é Natal. Tivesse um lugar maior ainda fazia maior”, concluiu.
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