2024
- O termo do ciclo de estudos universitários aproximava-se do fim. Por entre dúvidas quanto ao futuro, cerca de 70 alunos e alunas, olhavam para um vazio com uma contida esperança.
A Exposição Mundial de Lisboa chegaria no ano seguinte e, com ela, um novo e desconhecido mundo que pairava sobre gerações expectantes como um passaporte seguro para o amanhã.
Foram promessas de que o mundo era uma enorme reunião de vontades de povos e culturas diferentes, que a paz mundial era possível e era eterna.
Foram os primórdios da Internet, que abria novos mundos ao mundo.
Muitos colegas e amigos viajavam para qualquer destino sem receios, outros emigravam para qualquer parte do mundo sem indecisões ou incertezas.
Numa palavra, era um mundo tranquilo.
E…
… esse mundo mudou. Esse mundo, lentamente, foi-se escondendo por entre brumas opacas e futuros promissores adiados, com um crescente caos mundial em setores como a energia, a agricultura, o livre comércio, a libertação individual de géneros e tendências bizarras, alterações climáticas, e muita corrupção, muita desordem social e política. Nestes últimos vinte e cinco anos, sobraram atentados terroristas, sobraram guerras e invasões desnecessárias, fragmentações sociais. É um mundo inseguro, por vezes sem rumo.
Quando o jovem de hoje olha o futuro, tem medo. E tem menos possibilidade de escolha.
Luís Soares Almeida*
*Professor de Português
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