O líder da UGT/Açores defendeu um aumento dos salários médios na região, pelo menos de 63 euros, algo que tem sido alvo de “resistência incompreensível” apesar dos lucros “bastante satisfatórios” das empresas.
Manuel Pavão afirmou que os salários médios têm sido penalizados por via da subida do salário mínimo, daí a “preocupação de alertar o presidente do Governo dos Açores para convocar uma reunião da Comissão Permanente da Concertação Social para breve e dirimir essas situações e chegar ao entendimento possível”.
O dirigente sindical, acompanhado da sua direção, apresentou cumprimentos ao presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, na sequência da eleição há vários meses em congresso.
Manuel Pavão declarou aos jornalistas, no final da audiência, que “a maior parte dos setores de atividade estão a ter lucros bastante satisfatórios neste ano e também em 2023”, havendo a “obrigação e o dever de valorizar quem contribuiu para esses lucros”.
O sindicalista admitiu que a Câmara de Comércio de Ponta Delgada “tem vindo a valorizar alguns acordos”, mas, “no entanto, há outros que ainda não estão encerrados e em que há uma grande intransigência”.
O sindicalista, que sublinhou que o salário mínimo está a “ser esmagado nos últimos anos”, congratulou-se com o facto do Governo Regional “ter vindo ao encontro das reivindicações dos sindicatos da UGT/Açores, sobretudo na administração pública, ao aprovar no Plano e Orçamento de 2024, por exemplo, a redução dos 10 para seis pontos, para efeitos de progressão da carreira, ou através do aumento do complemento salarial para valores superiores”.
Manuel Pavão apontou ainda a integração nos quadros da administração regional dos trabalhadores dos trabalhadores contratados ao abrigo da Covid 19.
O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, afirmou, por seu turno, que “em breve” vai convocar a Comissão Permanente para revisitar o acordo de parceria celebrado com os parceiros sociais, “vendo da necessidade da sua atualização”, seis meses volvidos.
O líder do executivo açoriano pretende ainda na Comissão Permanente promover o diálogo entre as estruturas sindicais e tecido empresarial, visando alcançar-se um processo de valorização dos salários. José Manuel Bolieiro manifestou a sua “disponibilidade para, num quadro de diálogo entre entidades empregadoras e representantes dos trabalhadores estabelecer as negociações coletivas de trabalho no sentido de dar sustentabilidade aos empregadores e respetivas empresas”, bem como dando “dignidade ao reconhecimento justo do valor do trabalho” .