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Luto – o que podemos fazer?

Apesar de um luto ser algo pelo qual todos passamos ou vamos passar é frequente observar-se dificuldade em lidar com as manifestações próprias deste processo, assim como saber o que dizer a um enlutado. Na nossa sociedade, a morte é um tabu e por este motivo as pessoas estão pouco preparadas para a viver. Mas se não falarmos, como nos preparamos?
O conhecimento e a reflexão sobre este tema ajudam as famílias a prepararem-se para estes processos, que apesar de normais, geram sofrimento e podem despoletar quadros patológicos. Dialogar sobre a morte é fundamental e adquirir conhecimentos sobre o tema pode auxiliar no seu enfrentamento.
Cada luto é distinto, uma perda repentina é diferente de uma perda que decorre de uma doença. Os antecedentes pessoais dos que permanecem, a fase de vida em que estão, as caraterísticas pessoais e da relação com a pessoa perdida impactam de formas diferentes. Um(a) psicólogo(a) além de poder partilhar informação psicoeducativa sobre o tema, pode colaborar na validação da vivência da perda, aconselhar com foco na normalização, promover a resiliência e identificar se há necessidade de intervenção psicoterapêutica. Existem psicólogos(as) e psiquiatras especialistas em Terapia de Luto.

O que podem fazer as famílias e amigos para apoiar neste momento difícil?

É fundamental respeitar o tempo e espaço de quem fica. A disponibilidade emocional e características individuais são fatores a ter em conta e o caminho pode passar por estar presente, ouvir atentamente e colaborar na reorganização do tempo e das tarefas, aumentando sentimentos de competência e autoeficácia. No início, pode ser importante desencorajar a tomada decisões impulsivas, já que raramente aliviam a dor e podem trazer consequências indesejaveis. O enlutado terá de passar pela transformação de uma relação anteriormente física e externa para uma relação interna e simbólica. Assim, importa validar todas as emoções e referir que o falecido nunca será substituído. Antecipando momentos críticos, como datas festivas ou o primeiro ano da perda, pode ser importante aproximar-se da pessoa e disponiblizar-se para colaborar na forma como o enlutado pretende gerir aquele momento.
Infelizmente, não há receitas ou protocolos, é um momento importante e uma oportunidade de revelarmos a nossa humanidade.

Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Joana Amen

  • Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta e Vogal da Direção da Delegação Regional dos Açores
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