Esta semana, na cidade da Horta, deverão terminar os trabalhos de apresentação, discussão e aprovação do Orçamento da Região para 2025, processo mecânico já bem conhecido de todos. Mas a democracia assenta em inovação e renovação. Mal estaria o político, ou o governo que ele represente, que se feche à mudança e aos desafios que se lhe forem surgindo.
Mas aos desafios somam-se o bom senso e a ponderação. Sem estes valores, por mais eficazes e positivamente diferenciadoras que sejam as políticas a implementar, só vão contribuir para afastar (ainda mais) os eleitos dos eleitores.
Bolieiro venceu eleições recentemente e tem um programa para executar. Podemos discordar num ou noutro ponto, podia ser mais ambicioso num ou noutro setor, mas a verdade é que conta com a legitimidade popular e política para defender o seu plano. E ainda que nem tudo tenha corrido bem em planos anteriores – nem sempre tudo corre bem -, com mais ou menos sagacidade discursiva e operacional, tem levado a água ao seu moinho. E também se diga, em abono da verdade, que o moinho que herdou do passado tinha as mós emperradas com falta de água para apagar tanto fogo em tão curto espaço de tempo.
Por essa via, estou em crer que os atuais políticos que nos representam estão a fazer o melhor pelas nossas ilhas e pelas suas gentes, responsavelmente e em democrático consenso com as restantes forças políticas. Quem está contra, representa o seu papel. Quem se abstém, representa outro papel. Quem viabiliza, também tem um papel. Contudo, a questão que me interessa é saber se os interlocutores do consenso terão as melhores intenções no curto e no médio prazo. Veremos!
Luís Soares Almeida*
- Professor de Português
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