O Bloco de Esquerda considera que as situações de recusa de consultas de especialidade pelo Hospital de Ponta Delgada (HDES) quando indicadas pelos médicos de família “parecem querer limitar o acesso dos utentes”.
Em requerimento dirigido ao governo regional, o Bloco pergunta quais os novos critérios de referenciação, quem os decidiu e se estão a ser aplicados nos três hospitais.
No passado dia 18 de Janeiro de 2025, o jornal Correio dos Açores noticiou que o HDES “está a devolver aos médicos de família pedidos para os seus utentes serem atendidos por médicos especialistas hospitalares”.
De acordo com a administração do hospital, “os pedidos de consulta referenciados pelos Médicos de Medicina Geral e Familiar são triados e devolvidos quando não reúnem critérios de referenciação hospitalar”. Após a devolução é solicitado que o médico proceda a reavaliação do doente.
O Bloco não compreende porque é que a avaliação clínica dos médicos de família está a ser colocada em causa, obrigando a uma reavaliação, e considera que é fundamental garantir que os médicos de família não se sintam pressionados a não referenciar os doentes para uma consulta de especialidade, porque isso pode colocar em causa o acesso a cuidados de saúde essenciais para os doentes.
Por isso, o Bloco quer saber se houve alguma alteração aos critérios de referenciação para consulta de especialidade hospitalar no Serviço Regional de Saúde ou em algum dos hospitais que justifique as recusas de consulta de especialidade que foram noticiadas.
O partido solicita também o envio, por parte do governo, de cópia do protocolo de orientação para a realização da triagem que é feita aos pedidos de consulta de especialidade provenientes dos médicos de família e solicita o envio de dados referentes ao número de consultas de especialidade referenciadas pelo médico de família desde o início de 2023, por mês, em cada hospital, conclui o comunicado.