A importância da adequação do projeto à maturidade dos seus colaboradores, às suas metas e ao potencial de crescimento de ambos.
Enquanto Psicóloga com Especialidade na área Social, do Trabalho e das Organizações e com mais de 10 anos de experiência em gestão de projetos e de equipas, tenho vindo a testemunhar a importância de uma gestão de equipas centrada nas pessoas, que promova o desenvolvimento profissional, a comunicação aberta das “regras do jogo” e das metas a atingir, o reconhecimento do mérito e a criação de um ambiente de trabalho positivo e motivador. A liderança horizontal, compassiva e inspiradora, aliada a uma cultura organizacional que valoriza a colaboração, a inovação e a autonomia, são fatores chave para a retenção de talentos.
No entanto, existe um fator crucial que não pode ser descurado: o nível de maturidade profissional do colaborador. Este conceito vai além da idade ou tempo de experiência. Envolve auto conhecimento, inteligência emocional, responsabilidade e capacidade de lidar com desafios e frustrações.
Descobrir o limite de um colaborador e interpretar os diferentes níveis de maturidade são desafios importantes para gestores que desejam extrair o máximo potencial das suas equipas.
É crucial lembrar que “limite” pode-se referir a diferentes aspetos: reação à pressão, perspetiva perante novos desafios, proatividade e capacidade de propor soluções criativas, aprendizagem com o erro, superação de limitações, trabalho em equipa, motivação e envolvimento em projetos.
O conceito de maturidade profissional não é estático, está em constante transformação. As novas gerações trazem consigo diferentes expectativas e valores. É preciso estar atento a essas mudanças e adaptar as estratégias de gestão. Ao compreender os limites e níveis de maturidade de cada colaborador, o gestor pode delegar tarefas de forma mais eficiente, oferecer oportunidades de desenvolvimento personalizadas e criar um ambiente de trabalho mais motivador e produtivo. É fundamental que o colaborador seja envolvido nestas decisões, para acompanhar o seu próprio processo de desenvolvimento, responsabilizando-se pela energia investida no mesmo.
A visão, a estratégia, a ponderação e a autenticidade são ferramentas cruciais para um bom líder e um ambiente empresarial saudável. A transição para um modelo de gestão mais horizontal e participativo pode ser desafiadora, exigindo uma mudança de mentalidade e uma adaptação da cultura organizacional. São inúmeros os benefícios em termos de produtividade, criatividade, motivação e de potencial de compatibilidade com as gerações de hoje. No entanto, o sucesso deste estilo de gestão depende da maturidade e do engagement da equipa, podendo trazer riscos para equipas com colaboradores que não estão preparados para a autonomia e a responsabilidade.
O sucesso não passa por uma autogestão, mas sim por uma gestão que potencie o matching ideal e que privilegie “a máxima liberdade… com a máxima responsabilidade”.
Fique bem pela sua saúde e a de todos os açorianos.
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
Pilar Mota*
*Psicóloga