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A palavra que humilha

pela palavra se enaltece
e pela palavra se humilha e amarga a vida
um grão de areia a minar a órbita
cansa destrói a vista a quem não se deixa curvar

o dedo em riste e a voz que se ergue e avoluma
numa sala em que quem a erga
se acha o rei e o melhor do mundo

é apenas flor de narciso enlameada
num charco imundo

nem todo o homem engravatado
é charmoso e equilibrado

pode trazer um cravo branco na lapela
e um sorriso como um diamante

  • rasgado na boca de orelha a orelha –
    e não passar de um comediante
    que nunca se leva a sério
    (mas ai que é perigoso)

esse papalvo engravatado
a julgar sem se julgar
no que esconde do seu passado
todos lhe conhecem o pecado

nada mais é do que um gato perdido
de pêlo pintalgado
a fazer estragos numa sala ovalada de cristais

tem o pacto (dizem) com o demo
são bruxos os seus vassalos tais burros amestrados
sempre prontos para zurrar à voz do dono

porém a lei do retorno
o levará mesmo tarde a ser condenado

porque todo o poder é temporário
e mais curta é a vida
e o rasto que se deixa na hora da partida
dela se não houve complacência ajuda e amor

de que lhe serviu a vida ter sido vivida
se fica na memória e a perdurar
um lastro de raiva pela indiferença e a falta de empatia
pela dor causada a uma sofrida humanidade

Victor de Lima Meireles

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