O Governo dos Açores vai aprovar hoje, em reunião de Conselho, na ilha do Pico, a venda da Azores Airlines ao consórcio Newtour/MS Aviation, que propõe a aquisição de 76% da companhia aérea por 15,2 milhões de euros.
A notícia, avançada ontem pelo jornal Açoriano Oriental, adianta ainda que a nova proposta inclui a entrada no consórcio de Carlos Tavares, o ex-presidente executivo da Stellantis, uma das maiores empresas mundiais do ramo automóvel, e de Paulo Pereira da Silva, um empresário ligado ao turismo e ao setor agroalimentar, na zona do Douro, sem que as suas participações ultrapassem os 49%.
Satisfeito com a nova proposta do consórcio Newtour/MS Aviation, o Governo Regional do Açores remete a questão para o júri, mas diz que é “uma boa notícia” para a SATA e para o arquipélago.
Bolieiro aponta para uma “solução” até ao final do ano.
Em declarações aos jornalistas ontem, no Pico, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, confirmou a notícia de que o consórcio Newtour/MS Aviation, “chumbado” pelo júri na tentativa de privatização de 2023, voltou a fazer uma proposta de compra da Azores Airlines,
“É uma boa notícia”, afirmou Bolieiro, adiantando que vai analisar hoje, no Conselho de Governo, a proposta do consórcio Newtour/MS Aviation, que pretende adquirir 76% do capital da companhia aérea Azores Airlines por 15,2 milhões de euros.
Recorde-se que o consórcio Newtour/MS Avition, já tinha concorrido à privatização da Azores Airlines, mas viu a sua proposta rejeitada por reservas do júri em relação à capacidade do consórcio em assegurar a viabilidade financeira da companhia, tendo na altura apresentado um valor de 5 milhões e 16 mil euros pelos mesmos 76% da companhia.
Agora de novo na corrida à privatização, o consórcio traz como trunfos o gestor Carlos Tavares e o empresário Paulo Pereira da Silva, mas com uma participação minoritária.
Se a proposta acolher a anuência do Governo Regional, seria uma forma de Carlos Tavares, que tem mostrado interesse em participar na privatização da TAP, entrar no setor da aviação.
A dívida da Azores Airlines, em torno dos 400 milhões de euros, deverá ser assumida pelo Governo Regional, e ao que diz o jornal Expresso, há uns meses o plano era o passivo ficar na holding.
Ou seja, a empresa que faz a operação internacional da SATA seria vendida livre de dívida. A Azores Airline é responsável por cerca de 60% da receita do grupo. Em curso está também a privatização do handling da SATA, um processo que se tem revelado difícil, uma vez que se trata de um negócio deficitário na maioria das ilhas. O Grupo SATA, apesar de manter a tendência de crescimento da operação registada em 2023, viu os resultados agravarem-se em 2024, acumulando um prejuízo de 43,6 milhões de euros nos primeiros meses de nove meses do ano.
As receitas ultrapassaram os 350 milhões de euros, o que representa um aumento de cerca de 17% quando comparado com igual período de 2023.