No âmbito da discussão pública lançada pela Ordem dos Arquitetos – Secção dos Açores – sobre a intervenção e requalificação das antigas Fábricas de Açúcar de Santa Clara e do Álcool, o Movimento Ponta Delgada para Todos apresenta a sua posição relativamente ao programa previsto para o espaço da Fábrica de Açúcar de Santa Clara, nomeadamente no que concerne ao modo de execução e ao cronograma de implementação.
Assim, propõe que a futura intervenção no edifício da Fábrica de Açúcar de Santa Clara deve estabelecer uma relação estreita com a intervenção futura na Fábrica do Álcool e com o atual Centro de Artes Contemporâneas, de forma a promover a valorização coordenada destes espaços outrora industriais. O objetivo deve passar pela sua integração num roteiro de turismo industrial, preservando e potenciando o património histórico e cultural da região.
A intervenção na Fábrica de Açúcar de Santa Clara, segundo aquele movimento, liderado por Sónia Nicolau, deve, sempre que possível, privilegiar a recuperação do edificado existente, conferindo-lhe uma nova utilização que respeite a sua identidade patrimonial.
A área de intervenção, abrangendo tanto o edificado existente como novas construções, deve contemplar soluções multifuncionais, incluindo:
- Habitação privada e pública, assegurando um equilíbrio social no espaço urbano;
- Zonas de lazer e desporto, promovendo a qualidade de vida da comunidade;
- Espaços verdes, reforçando a sustentabilidade ambiental e o bem-estar dos cidadãos;
- Infraestruturas sociais, como creche e lar, respondendo às necessidades da população;
- Musealização do património da Fábrica de Açúcar, preservando a sua memória histórica;
- Zona dedicada às artes, com oficinas e espaços de exposição, incentivando a produção e difusão cultural;
- Instalação do Mercado da Graça, reforçando a dinâmica económica e social da cidade.
Para garantir uma implementação eficiente e sustentável, propõe-se a divisão da área em zonas distintas, permitindo intervenções faseadas por diferentes entidades e em diferentes momentos. - Elaboração de um cronograma detalhado por zonas, incluindo previsões de impacto financeiro, identificação de entidades parceiras e definição de um quadro temporal para execução no período 2026-2030;
- Concessão de áreas a promotores privados para a construção de habitação privada, com a obrigatoriedade de inclusão de habitação pública;
- Celebração de um Contrato ARAL com o Município de Ponta Delgada para a instalação do Mercado da Graça, bem como para a criação de espaços desportivos e artísticos;
- Envolvimento do Governo Regional na execução das restantes intervenções propostas.
Este plano visa garantir uma requalificação sustentável, equilibrada e adaptada às necessidades da cidade e da sua população, promovendo o desenvolvimento urbano e cultural de Ponta Delgada, conclui o movimento em nota enviada ao nosso jornal.