O PCP-Açores assinalou em Ponta Delgada, no seu Centro de Tarbalho, o centenário do nascimento do escritor Dias de Melo.
“Foi uma comemoração sentida, tanto da pessoa e do militante como do escritor e poeta, tornada mais significativa pela presença da filha, Edna Dias de Melo, que também partilhou memórias e momentos significativos da vida do pai”, descreve o PCP.
Aníbal Pires deu início ao encontro apresentando um texto que repercorre as diversas facetas da escrita de Dias de Melo, afirmando que “desde sempre, foi um ato de comprometimento, de denúncia e de luta.
Dias de Melo foi um escritor militante que tomou sempre o lado dos injustiçados, dos explorados, aspeto em que também os ensaístas e investigadores convergem nas suas apreciações.[…] Hoje, ao relermos Dias de Melo, reencontramos não só um cronista e romancista da baleação ou um contador de histórias do Atlântico, mas um homem que nunca separou a literatura da vida. A sua escrita — feita de palavras nascidas do povo e para o povo — continua a lembrar-nos que a literatura pode ser um gesto de resistência, uma memória viva e um ato de pertença”.
A seguir, foram numerosas as intervenções dos presentes, não só para comentar as caraterísticas peculiares da obra de Dias de Melo, mas também para recordarem episódios ligados à sua figura, aspetos do seu caráter, e até o contexto social e cultural em que o escritor se encontrou a viver, tanto no Pico como em Ponta Delgada.
Leu-se poesia e trocaram-se vivências, numa tarde em que se confirmou a profunda consideração que Dias de Melo mereceu por parte de quem teve ocasião de o conhecer e participar com ele em diversas batalhas políticas, bem como de quem só teve contato com a sua importante obra literária.