O SIAP – Sindicato Independente dos Agentes de Polícia – vem denunciar o cenário de total desproteção em que se encontram as esquadras da Região Autónoma dos Açores, expondo os seus profissionais a riscos inaceitáveis e colocando em causa a segurança de quem todos os dias dá a cara pela defesa da população.
Num momento em que se acumulam casos de agressões contra agentes da autoridade, é inaceitável que o Estado continue a virar costas à realidade no terreno. A falta crónica de meios humanos e físicos nas esquadras açorianas não é uma novidade – é um problema antigo que se tem vindo a agravar pela contínua escassez de novos efetivos, reflexo direto da degradação das condições da carreira policial.
Atualmente, apenas as esquadras sede de divisão mantêm, quando possível, um sentinela à porta. Mesmo estas já sofreram cortes, deixando os postos vulneráveis.
A maioria das esquadras funciona com apenas UM agente a garantir o atendimento, o patrulhamento, a segurança da instalação e a própria integridade física, sem qualquer apoio imediato. Há postos em que, em caso de invasão, não existe sequer uma barreira física entre o agressor e o agente. Isto é, na prática, um convite à violência e um atentado à dignidade de quem serve com coragem e dedicação.
Perante este cenário de desproteção total, o SIAP exige, com carácter de urgência o reforço imediato dos efetivos policiais nos Açores, por parte da Direção Nacional da PSP, da Ministra da Administração Interna e do Governo em funções.
O Sindicato quer ainda, que nas esquadras onde apenas esteja escalado um único agente, estas funcionem de porta fechada, salvaguardando a integridade do profissional.
É também exigido que nos casos em que o patrulhamento seja atribuído a apenas um agente, o Graduado de Serviço acompanhe a patrulha, nunca permitindo que um agente esteja sozinho.
A organização sindical estranha “continuar esta passividade institucional, não estamos perante meras falhas operacionais – estamos a permitir que se ponha em causa a vida dos nossos profissionais”.
O SIAP responsabiliza diretamente as entidades competentes por qualquer tragédia que resulte desta gritante negligência “porque a vida dos agentes de polícia não é descartável”, afirma o cumunicado do SIAP.