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Padre Fernando Teixeira homenageado defende que é hora de os padres deixarem de “estar sentadinhos nas igrejas e devem ir escutar o que se passa nas famílias”

Os novos Corpos Sociais da Casa do Gaiato tomaram posse e a a ocasião foi aproveitada para homenagear, de surpresa, o Padre Fernando Cabral Teixeira na valência-sede da Casa do Gaiato de São Miguel, que, até então, era a chamada ‘Casa das Laranjeiras’ e passou a ter o seu nome. Em declarações ao nosso jornal, o sacerdote que esteve 20 anos a dirigir a Casa do Gaiato, assumiu que ficou comovido com o tributo prestado, mas assume que gostou muito de ter estado numa casa em que rapazes e raparigas fizeram o seu caminho e foram sempre acarinhados, lembrando que o que os mais lhe doia, e doi, é quando há crianças que continuam a perguntar pelo pai ou pela mãe, reconhecendo, entretanto, que todos os monitores os apoiam sempre. Para além disso, mostra-se satisfeito que haja hoje em dia valências para crianças, conforme as idades, e que eles hoje não usem farda e vistam como melhor se sentem, não havendo assim qualquer discriminação.
O Padre Fernando Teixeira, que é um pregador sempre em prol dos mais frágeis da vida, vê com bons olhos a eleições do novo Papa pelo trabalho que também ele fez no Peru em prol dos mais necessitados e que ao longo da sua vida teve sempre uma intervenção social, tal como teve o Papa Francisco, de quem foi amigo, quando ainda Francisco estava na Argentina como padre e depois bispo e Leão XIV como padre e depois bispo também no Peru e mais tarde encontraram-se ambos como cardeais em Roma.
“A escolha de Leão XIV deve ao facto de Leão XIIII apareceu logo a seguir à primeira guerra mundial e teve dedicada a sua vida ao aspecto social, nomeadamente a famílias desalojadas, a famílias separadas, a crianças que perderam os pais (…) E como este Papa tem uma grande influência do Papa Francisco acredito que vai continuar com o trabalho social. A Igreja tem de abrir e de continuar o trabalho de Leão XIII que é a renovação de todas as coisas. Assim, espero que este Papa tenha atenção aos pobres, aos doentes, aos abandonados (….). Como já vimos o discursos de Leão XIV é sempre no aspecto social e da paz”.
O padre Fernando Teixeira identifica-se muito com esta linha porque toda a sua vida foi dedicada à questão social. Hoje em dia diz que é preciso que a “Igreja abra as suas portas e vá ter com as pessoas. Os padres não devem estar na igreja sentadinhos à espera dos leigos. Os padres têm de ir à porta da família e escutar com muita atenção as dificuldades, os problemas e as desavenças que às vezes aparecem nas famílias”. Portanto, “a Igreja precisa de sair e de ir ao encontro de quem precisa”, sublinha o Padre Fernando Teixeira.
Na ocasião, o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, enalteceu o trabalho humanista e inspirador que o Padre Fernando Cabral Teixeira desenvolveu enquanto esteve à frente dos destinos da Casa do Gaiato de São Miguel e desejou os maiores sucessos aos novos órgãos sociais da instituição, cuja direcção passou a ser presidida pelo Padre Norberto Brum, após nomeação do Bispo de Angra, que o Padre Fernando Teixeira diz que será feito um bom trabalho porque o Padre Norberto Brum “é muito qualificado e muito para a frente e com um excelente desempenho social”.
“O Padre Fernando Cabral Teixeira deixou uma marca indelével de dedicação e amor ao próximo nos 20 anos em que serviu a Casa do Gaiato de São Miguel. Esta instituição é, hoje, uma referência graças ao seu trabalho e devoção. Aos novos órgãos sociais, liderados pelo Padre Norberto Brum, desejo os maiores sucessos nesta missão tão nobre e necessária”, afirmou Nascimento cabral.
Pedro Nascimento Cabral falava Para o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada tratou-se de “uma justa e bonita homenagem”, que refletiu o “carinho e empenho devotados pelo Padre Fernando Cabral Teixeira à instituição”, que tem por finalidade acolher, educar e integrar na sociedade crianças e jovens privados do seu meio familiar.
“Que lhe saibamos sempre ser gratos: o Padre Fernando Cabral Teixeira fez da Fundação Obra do Padre Américo nos Açores – Casa do Gaiato de São Miguel um lar, uma família, para muitos que não a têm”, sublinhou Pedro Nascimento Cabral, agradecendo o “futuro que ofereceu às muitas crianças que encontraram nos seus braços o amparo de um pai ou de uma mãe”.
A Câmara Municipal entregou a Medalha de Ouro do Município ao Padre Fernando Cabral Teixeira no passado dia 2 de abril, na cerimónia comemorativa do 479º aniversário da elevação de Ponta Delgada a Cidade, que teve lugar no Coliseu Micaelense.
A Medalha de Ouro do Município de Ponta Delgada distingue pessoas individuais ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, que tenham prestado ao Município serviços considerados excecionais, em qualquer domínio de que tenham resultados relevantes e reconhecidos benefícios para Ponta Delgada, contribuindo para o seu engrandecimento dentro ou fora do Município.
O Padre Fernando Cabral Teixeira é natural de São Pedro Nordestinho, concelho do Nordeste, e foi ordenado sacerdote em 1962.
Após ter feito um ano de estágio na ilha Terceira, foi para a ilha do Pico, para a Prainha do Norte, trabalhar com pescadores. Esteve lá três anos. De volta a São Miguel, mais concretamente ao Nordeste, dedica-se ao combate ao analfabetismo.
No ano de 1976, recebeu a provisão para ir paroquiar em São Roque, em Ponta Delgada, onde orienta a sua missão para a área humana e social dos paroquianos e lança várias infraestruturas de apoio à comunidade, como a Cáritas, Pastoral da Saúde e Banco Alimentar
Foi, durante muitos anos, Presidente do Centro Social e Cultural de São Roque e, em 2002, prestou assistência a emigrantes nas Bermudas. De volta à Região paroquiou nos Fenais da Luz e no Corvo.
A par das suas funções sacerdotais, em 2006, passou a prestar apoio na Igreja Nossa Senhora de Fátima e foi nomeado responsável pela Presidência da Direção da Fundação Obra do Padre Américo nos Açores – Casa do Gaiato de São Miguel, ocupando o cargo ao longo de quase duas décadas. Pelos serviços meritórios praticados ao longo do seu sacerdócio, foi também agraciado com a Insígnia Autonómica de Mérito, na categoria de Mérito Cívico, pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, como se lê na nota da autarquia.
N.C.

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