A Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH), através de comunicado, manifestou o que diz ser “a profunda insatisfação e crítica” perante a organização do recente Fórum das Regiões Ultraperiféricas, co-organizado pelo eurodeputado Paulo Nascimento Cabral.
A Direcção da CCIAH considera “inconcebível que um político oriundo dos Açores, com responsabilidades políticas ao mais alto nível, assuma a coordenação de um evento de tal envergadura sem envolver, de forma adequada, as organizações e associações representativas da sociedade civil açoriana”.
Este fórum, que tudo questões para as quais a CCIAH tem chamado a atenção, mostrando uma clara postura disruptiva e com apresentação de ideias claras, objectivas e transformadoras. A Direcção critica directamente o eurodeputado, co-organizador do fórum que abordou temas como a Política de Coesão, o novo Quadro Financeiro Plurianua, “bem como questões cruciais como as pescas, a agricultura e os transportes nas regiões ultraperiféricas”, referindo que “A verdade é que o encontro se pautou por uma total ausência do tecido empresarial e social dos Açores. Tal omissão demonstra, para a CCIAH, uma evidente desconexão com a realidade local. Parece que Paulo Nascimento Cabral já se habituou aos corredores de Bruxelas, afastando-se das verdadeiras necessidades e desafios da sua Região. Parece que o eurodeputado decidiu optar por convidar aqueles que, há muito, se habituaram às reuniões de gabinete à porta fechada de carácter burocrata e a eventos de croquete, ao invés de estar próximo da sua comunidade e do quotidiano regional”, lê-se no comunicado.
Para a CCIAH, “a discussão de matérias tão sensíveis como os transportes, as pescas e a agricultura nos Açores deveria passar obrigatoriamente pela inclusão de entidades como a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores ou a Federação de Pescas. No entanto, estas foram preteridas”, acrescentado que “ Paulo Nascimento Cabral preferiu convidar os mesmos de sempre, com a Federação Agrícola dos Açores à cabeça, numa escolha que não se entende e que demonstra uma clara falta de sensibilidade e compreensão da realidade regional. Por isso, considera a mesma associação empresarial, “que este tipo de acções evidencia uma visão enviesada, que privilegia certos interesses de determinados grupos, em detrimento do interesse de todos”.
No mesmo comunicado, a CCIAH reitera “a necessidade de que os representantes políticos, sobretudo aqueles com responsabilidades europeias, tenham um compromisso sério com as Regiões que representam, promovendo uma verdadeira inclusão e diálogo com a sociedade civil”.