Em 150 dias um país que de há séculos se caracterizou como democrático e ter tradição de ser o “guardião” do mundo, através das suas políticas e da atuação, é neste preciso momento uma verdadeira autocracia e, qual veleiro mal governado e com piloto automático avariado, navega rapidamente para encalhar e se afundar.
O comandante Trump, já anteriormente apelidado de *”rei” a seu pedido, não consegue por total ignorância, orientar-se por melhor qualidade que tenha a bússola e nem consegue perceber aquilo que os seus apoiantes lhe tentam urgentemente fazer perceber.
Muitos deles a perderem dinheiro nos seus investimentos e com ações a cair em bolsa.
No imediato à sua tomada de posse Trump, entre muitas promessas, afirmou que iria acabar em 24 horas com a guerra da Ucrânia, aproveitando para denegrir e chamar nomes ao seu antecessor, e impor a Putin condições para que ele parasse com a agressão. Mas a realidade é que até este momento não fez nada e é paródia diária e pública para todos os russos e no expoente máximo para Putin que diz tudo que quer e pior faz o que muito bem entende, desprezando Trump.
Parece um saco de boxe que leva “porrada” de todos os que o querem socar.
Até o frankenstein apalhaçado que “criou” durante a campanha, de seu nome Elon Musk, que pagou a eleição em centenas de milhões de dólares e que tinha como fim ser o executante da politica de imigração e organização, lhe virou as costas.
Trump zangado e como alguém que não gosta que lhe façam frente atirou-se a Musk e este, embora por tempo curto, difamou o presidente (não sei como, pois ele já conseguiu atingir o máximo de difamação) colocando na sua rede social a visualização da “estória” de Trump com o amigo Epstein – criminoso sexual comprovado e magnata norte americano que se matou na prisão – ao ter participado em festas duvidosas.
Trump como vingança afirmou ir rever todos os numerosos contratos de milhares de milhões de dólares existentes entre o governo americano e Musk, entre os quais o acordo de exploração espacial e em consequência do que foram transferidas verbas “astronómicas” ficando a NASA diminuidíssima no seu programa espacial e financeiramente.
Zangado, qual miúdo birrento a quem lhe tiraram o brinquedo, Trump afirmou ir vender o Teslei que Musk lhe ofereceu e do qual fez propaganda televisiva quando o recebeu.
Também a politica fiscal americana, fundamentalmente baseada no enorme aumento das taxas alfandegarias, corre mal e Trump negoceia valores, ameaça aumentos, faz retrocessos e até mesmo suspende as mesmas numa atitude de quem não sabe o que quer e o que faz ou mesmo vai fazer.
Tudo corre mal a Trump e já parece incontrolável o que se passa na politica interna do país.
No momento em que escrevo estão a decorrer em vários estados americanos, principalmente em zonas do partido democrata, milhares de manifestações (calcula-se abrangendo uma população de cerca de 5 milhões) contra a politica de imigração de Trump e reflexo do envio ilegal de tropas pelo presidente para conter manifestações na Califórnia, com centenas de prisões e brutalidade características quer da polícia quer das forças militares americanas. Por tradição a América tem como característica a violência politica, e utiliza-a de tempos a tempos.
O certo é que, depois de “caçar” imensos imigrantes legais e ilegais e proceder à sua deportação ou mesmo mantê-los presos, surge agora a decidir que deixem em paz os imigrantes, quaisquer que sejam a sua situação, nos setores da hotelaria e agrícola. Quem manda… manda e mesmo os republicanos com negócios nestas áreas precisam e exigem mão-de-obra imigrante.
Conforme as suas (más) decisões vão ocorrendo, criando problemas, Trump tenta substituí-las por outras idênticas de modo a criar confusão e não deixar que os americanos vejam a realidade. Mas o tempo joga a favor do povo e certamente o presidente irá ficar sem alternativas.
Assemelhando-se a Putin o pequeno “rei”, que faz anos hoje (dia 14) decidiu fazer uma grande parada de tropas, sendo acusado mesmo por republicanos de gastar mais de 40 milhões de dólares. À boa maneira russa só falta fazer um desfile de mísseis e outros equipamentos bélicos, porque ameaçar anexar, por exemplo, o Canada e a Gronelândia já o fez publicamente.
A sorte de todos é que já faltou mais para as eleições intercalares, mas a situação é de facto má dado que neste momento até já se atacam, em dois casos, de morte congressistas democratas conjuntamente com familiares.
Pobre América que tal presidente tem!
Quanto mais não vale ter um Marcelo que é beijoqueiro, com muitos apertos de mão vigorosamente horríveis e profissional de selfies, embora na feira do livro deste ano quase tenha sufocado uma manifestante que se manifestava pela Palestina e que não o deixava ripostar ao que afirmava.
Cada um com o seu!
J. Rosa Nunes
Prof. Doutor