A Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH) quer a Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infra-estruturas, Berta Cabral, preste esclarecimentos adicionais sobre a rentabilidade das rotas aéreas operadas a partir da ilha Terceira, com especial foco nas ligações aos Estados Unidos da América.
Perante a resposta oficial, conhecida anteontem, que diz que as rotas Terceira-Nova Iorque-Terceira e Terceira-Boston-Terceira apresentaram resultados negativos durante o Inverno, a CCIAH, em comunicado, questiona se tais rotas apresentam desempenho positivo durante o Verão.
No mesmo comunicado, a associação empresarial terceirense solicita a divulgação da taxa de ocupação registada no Inverno para todas as rotas operadas pela Azores Airlines, a fim de permitir uma análise mais rigorosa, objectiva e transparente da sua viabilidade.
No entendimento da CCIAH, não se devem tirar conclusões precipitadas apenas com base na época baixa, visto que a avaliação da rentabilidade de uma rota aérea deve considerar o seu desempenho ao longo de todo o ano.
“A CCIAH assinala ainda que esta divulgação oficial confirma a justiça do seu pedido, feito em Outubro de 2024 à Assembleia Legislativa Regional, para a criação de uma comissão de inquérito às rotas deficitárias da Azores Airlines. A posição da CCIAH foi então justificada pela necessidade de se garantir transparência total sobre quais rotas penalizam a sustentabilidade da transportadora aérea regional, sendo agora evidente que determinadas decisões estratégicas adoptadas no passado resultaram em prejuízos consideráveis para a companhia”, lê-se no referido documento.
Por ultimo, aquela Câmara do Comércio salienta que ”os dados agora tornados públicos comprovam que a ilha Terceira não é responsável pelo descalabro financeiro da Azores Airlines, contrariando insinuações infundadas que por vezes emergem no debate público”.
A CCIAH volta a defender, “convictamente”, a privatização imediata da Azores Airlines, que “precisa urgentemente de uma gestão privada, profissional e orientada por critérios de eficiência económica, que garanta a sua sustentabilidade e a qualidade da conectividade aérea dos Açores com o exterior”.