Edit Template

São Miguel concentra 88,6% do apoio a vítimas masculinas prestado pela APAV nos Açores

Entre 2022 e 2024, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apoiou nos Açores 230 homens vítimas de crime e de violência. De acordo com as Estatísticas APAV – Vítimas no Masculino – 2022-2024 ontem divulgadas, os Açores são o 9º distrito/regiões autónomas do país com mais apoios prestados no período em causa, com um total de 2,3% dos 10.261 homens vítimas de crime e de violência apoiados pela associação entre 2022 e 2024 em Portugal.
Os distritos com maior número de casos são Faro (20,2% do total), Lisboa (16,7%), Porto (10,8%) e Braga (9,6%).
No triénio, na Região Autónoma dos Açores, o município com o maior número de vítimas no masculino apoiadas pela APAV foi Ponta Delgada, com um total de 118. Em 2022 foram assistidas 32 vítimas, em 2023 o número subiu para 45 e no ano passado a APAV prestou apoio a 41 homens.
Note-se que foi na ilha de São Miguel que registaram a quase totalidade dos casos reportados nos Açores, mais concretamente, 88,6%.
A seguir a Ponta Delgada surgem os concelhos da Ribeira Grande, com um total de 42 casos, Lagoa, com 27 vítimas apoiadas e Vila Franca do Campo, onde, entre 2022 e 2024, a APAV interviu em 12 situações.
As estatísticas em análise apontam para nove casos em Angra do Heroísmo e quatro na Paria da Vitória.
Nordeste (3), Horta (2), Povoação (2) e Sta. Cruz da Graciosa (1) são os outros concelhos dos Açores que constam das estatísticas da APAV.
Os 10.261 homens vítimas de crime e de violência apoiados pela associação entre 2022 e 2024 em Portugal representam um aumento de 23,3% no total de vítimas do sexo masculino apoiadas — 3.013 em 2022, 3.532 em 2023 e 3.716 em 2024 — reflectindo uma tendência crescente na procura de ajuda por parte dos homens.
Nos Açores, o maior número de apoios aconteceu em 2023 (90), diminuindo para 74 no último ano.
No todo nacional, durante o período 2022-2024, chegou ao conhecimento da APAV um total de 17.279 crimes e formas de violência praticados contra vítimas do sexo masculino, o que corresponde a um aumento de 19,8%. Em detalhe, foram 5.155 ocorrências registadas em 2022, 5.949 em 2023 e 6.175 em 2024, números que evidenciam não só o crescimento do fenómeno da vitimação masculina, como também a maior visibilidade e reconhecimento social destas situações.
Entre as vítimas apoiadas, 3.556 eram crianças e jovens (com idades entre 0 e 17 anos), 4.167 adultos (entre 18 e 64 anos) e 1.136 pessoas idosas (com 65 ou mais anos). Em 13,6% dos casos (1.402 vítimas) não existe informação relativa à idade.
Relativamente à nacionalidade, a maioria das vítimas era portuguesa (77,7%), seguindo-se as vítimas estrangeiras (12,1%). Em 10,2% dos casos, não foi registada informação sobre a nacionalidade.
No que diz respeito à relação da pessoa agressora com a vítima, destaca-se que, em 21,8% dos casos, a pessoa agressora era pai, mãe, padrasto ou madrasta; em 21,2%, encontrava-se ou esteve numa relação de intimidade com a vítima; e em 5,1%, a pessoa agressora era filho ou filha da vítima. Já 19,6% dos casos indicam outra relação entre agressor e vítima, 3% envolveram pessoas sem relação prévia, e em 29,3% não foi possível registar essa informação.
A maioria dos casos envolveu vitimação continuada (36,6%), e cerca de 44,1% ocorreram na residência comum. A APAV assinala ainda que 29,8% das vítimas efectuaram o primeiro pedido de ajuda entre dois e seis anos após o início da vitimação, enquanto 10,9% demoraram 12 ou mais anos até procurar apoio.
No que respeita à apresentação de queixa ou denúncia, 49% das vítimas apresentaram queixa, enquanto 34,1% não o fizeram, o que evidencia a necessidade de continuar a promover a confiança institucional e o acesso à justiça, especialmente no caso das vítimas do sexo masculino. Em 16,9% dos casos não existe informação disponível sobre esta matéria.
Quanto à tipologia dos crimes e formas de violência, destaca-se a violência doméstica, com 11.906 crimes registados, seguida pelos crimes de ofensa à integridade física (885), ameaça/coacção (731), injúrias/difamação (570), burla (400) e abuso sexual de crianças (331).

Edit Template
Notícias Recentes
PJ assinala 80.º aniversário em Ponta Delgada com debate sobre drogas sintéticas
Município de Vila do Porto cede Casa das Covas à ceramista Marina Mendonça
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo promove acçãode sensibilização em Protecção Civil dirigida às Juntasde Freguesia
Seminário Comemorativo dos 25 anos de Licenciatura em Serviço Social na Universidade dos Açores
Presidente do Parlamento açoriano marca presença na abertura do Bazar Diplomático em Lisboa
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores