A prestação da casa vai sofrer um novo agravamento neste mês de Novembro, com subidas que poderão ir até aos 136 euros, segundo as simulações realizadas pelo ECO.
Mas há uma novidade já a partir deste mês: se não quiser pagar o aumento agora, poderá pedir ao banco um “congelamento” da mensalidade associada ao empréstimo, sendo certo que vai pagar mais tarde.
Com efeito, as famílias que vão ver os seus contratos do crédito à habitação revistos neste mês devem preparar-se para um novo aperto nos seus orçamentos, pois vão pagar mais pela prestação em consequência do aumento das taxas Euribor durante o mês de outubro.
Estas taxas são usadas como indexante nos empréstimos da casa com taxa variável, que representam 90% do total dos contratos em Portugal.
A boa notícia é que o BCE anunciou na passada semana uma pausa nos aumentos das suas taxas, que servem de guia para todo o mercado, incluindo do crédito da casa, mas não excluiu mais subidas no futuro.
Esta novidade terá, ainda assim, um impacto muito limitado na evolução da prestação da casa no próximo mês.
Contas feitas a um financiamento de 150 mil euros a 30 anos indexado à Euribor a 12 meses e com um spread (margem comercial do banco) de 1% mostram que a prestação vai agravar-se em 20% nos contratos que forem actualizados em Novembro.
Embora seja um agravamento considerável da prestação, sobretudo tendo em conta que as famílias também estão a assistir a uma subida do custo de vida, fica longe dos aumentos de mais de 60% que tiveram nos meses de Fevereiro, Março, Abril e Maio deste ano.
Para um mesmo crédito, mas indexado à Euribor a três meses e a seis meses, os agravamentos da prestação da casa serão de 3,5% e 7%, respectivamente, os menores aumentos em mais de um ano. Em Dezembro, por exemplo, as subidas foram bem mais expressivas, rondando os 20% e 40%, segundo ainda o ECO.
Entretanto, a partir de ontem, dia 2 de Outubro, já poderá deslocar-se ao seu banco para ter um “desconto” na sua prestação por via da moratória que o Governo anunciou há cerca de um mês.
O mecanismo tem por base a aplicação de 70% da Euribor a seis meses nos contratos da casa, independentemente do indexante em causa.
Isto traduzir-se-á numa baixa imediata da prestação entre 95 euros e 115 euros para um financiamento de 150 mil euros a 30 anos com um spread de 1%.
Importa ter em atenção que nem todos os empréstimos da casa são elegíveis. O “desconto” aplica-se a todos os contratos de habitação própria e permanente com taxa de juro variável ou mista, desde que tenham sido celebrados antes de 15 de Março.
Passados os dois anos, o contrato volta ao regime em que se encontrava antes, sendo que os valores diferidos neste período começam a ser reembolsados quatro anos depois, entre 2029 e 2030.