O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Comércio, Escritórios, Hotelaria e Turismo alertou que existem “cada vez mais” açorianos e famílias que pedem ajuda ou estão em situação de sem-abrigo, devido à actual situação económica.
“Mesmo para quem duvida das estatísticas, a realidade é indesmentível, são cada vez mais os açorianos a recorrer ao Banco Alimentar, à Cáritas e a outras instituições, a solicitar ajuda a familiares e amigos, a pedir esmola ou em situação de sem-abrigo”, afirma o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços, Hotelaria e Turismo, Transportes e Outros Serviços dos Açores (SITACEHTT/Açores).
Em comunicado de imprensa, o Sindicato manifesta estar “cada vez mais preocupado com a situação social e económica nos Açores”, nomeadamente com a situação das famílias, especialmente as mais desfavorecidas, com “graves situações de pobreza e de exclusão social”.
“A pobreza é evidente e a primeira forma de a combater passa por ter a humildade de a reconhecer”, defende o SITACEHTT.
“As famílias açorianas continuam a ser empurradas para situações de pobreza real, porque os rendimentos do trabalho dos membros do agregado familiar não são suficientes para garantir a sua subsistência”, aponta o Sindicato, alertando que os trabalhadores dos Açores têm “um custo de vida agravado pela insularidade” e um mercado de trabalho regional que assenta “essencialmente em trabalho precário e num modelo de baixos salários”.
Ter emprego
não é suficiente para
superar a pobreza
“Ter um emprego deixou de ser suficiente para afastar a pobreza”, lê-se no comunicado.
Segundo o SITACEHTT/Açores, “os baixos salários contrastam com os níveis de acumulação e centralização das grandes empresas”, assinalando, em concreto, a situação nos sectores da hotelaria e do comércio.
O Sindicato defende como um das reivindicações dos trabalhadores, junto do próximo Governo Regional, que sair das regionais antecipadas de 4 de Fevereiro, o aumento do valor do acréscimo regional ao salário mínimo nacional de 5%, para 10%, medidas a curto, médio e longo prazo que permitam “a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar” dos trabalhadores açorianos.
O SITACEHTT compromete-se a lutar pela redução do período normal de trabalho máximo para as 35 horas semanais, para “todos os trabalhadores nos Açores, sem aumento da jornada diária e sem redução de retribuição”.