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Um ano de D. Armando

Faz amanhã um ano que D. Armando Esteves Martins assumiu a liderança da diocese açoriana.
Como é sabido, este jornal elegeu D. Armando como a figura do ano 2023.
Foi uma escolha fácil da nossa redação, porquanto poucos acreditavam que D. Armando, tão cedo, formaria expectativas elevadas, à semelhança do início de qualquer prelado quando cá chega e porque, também, já estávamos habituados a uma Diocese muito inactiva, com alguns vícios de conformismo e rotinas pouco motivadoras.
A verdade é que D. Armando, em menos de um ano, percebeu tudo isso e começou logo por dar sinais de querer renovar, numa igreja envelhecida de pessoas e métodos.
O facto de ter feito um movimento de paróquias, com nomeações e substituições que muitos não acreditavam que fosse possível, porque havia alguns párocos instalados como se fosse para a vida inteira, o facto de ter mexido com algumas estruturas da diocese e a ter reorganizado internamente, o tempo que dedicou a todas as paróquias em todas as ilhas, conhecendo as pessoas, aproximando-se delas, tudo isso foi uma surpresa e constituiu um bom sinal para os próximos anos que se espera da sua caminhada aqui nos Açores.
Talvez o ponto mais forte de toda esta chegada de rompante terá sido a organização e mobilização dos jovens, de todas as ilhas, para a Jornada Mundial da Juventude, com aquela subida espectacular à montanha do Pico, simbolizando a força e motivação do seu episcopado.
Foi, sem dúvida, uma marca importante para uma caminhada que se espera mais fresca para a igreja açoriana.
O que se espera agora é que esta chama não morra e que o bispo conduza os fiéis desta ilha para uma caminhada profundamente dinamizadora, rumo às tão aguardadas celebrações dos 500 anos da diocese em 2.034.
A Igreja tem um papel historicamente central na vida dos açorianos e é preciso que ela intervenha mais no dia a dia, que saia da sacristia e se aproxime mais das pessoas, mesmo aquelas que não professam o catolicismo, sobretudo apoiando os mais frágeis, os mais pobres e os mais injustiçados.
A palavra da igreja é fundamental em todos os momentos, mas sobretudo nas circunstâncias em que vivemos presentemente, com muitas famílias pobres ou a empobrecer, outras em dificuldades devido aos problemas económicos que atravessamos, muita gente injustiçada na nossa sociedade; tudo isso tem que ser motivo para a Igreja intervir, em todas as frentes e nunca ter medo de aparecer, de se intrometer, de inquietar os poderes instalados e fazer sacudir as instituições políticas e sociais da região, para que se mexam com mais dinâmica junto das populações necessitadas.
D. Armando tem que ser o líder desta luta e dando o exemplo a todos os padres e a todos aqueles que fazem da Igreja a instituição que é, motiva ainda mais as pessoas e os jovens para uma maior proximidade.
Não é por acaso que D. Armando gosta de sublinhar que nos três meses do verão fez 43 viagens de avião, andou de ilha em ilha, de paróquia em paróquia, dando este exemplo de proximidade, afectividade e levando a palavra da Igreja às populações.
Isto sim, é evangelização.
Ele pôs as expectativas bem elevadas, agora é preciso não defraudar as pessoas.

Osvaldo Cabral
[email protected]

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