Edit Template

Presidente da Câmara do Funchal detido pela Polícia Judiciária

Três pessoas foram detidas ontem na sequência das buscas da Polícia Judiciária na Madeira por suspeitas de corrupção. O presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, é um dos três detidos na sequência da operação judiciária que ontem produziu cerca de 130 buscas em vários pontos do território continental e arquipélagos.
Em causa estão investigações por suspeita de crimes de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação e abuso do poder, entre outros, com ligação à Madeira.
Para além do autarca madeirense, foi também detido Avelino Farinha, Presidente do Conselho de Administração do Grupo AFA. Em comunicado, a PJ alude à detenção de uma terceira pessoa, cuja identidade não foi possível apurar, até ao momento.
“A Polícia Judiciária procedeu, no âmbito de três inquéritos dirigidos pelo DCIAP, à realização de uma operação policial, visando a execução de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias, na Região Autónoma da Madeira (Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava), na Grande Lisboa (Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa) e, ainda, em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada e à detenção, fora de flagrante delito, de 3 suspeitos da prática dos crimes sob investigação. As detenções em causa foram concretizadas às 14H15, do dia de hoje.”
A empresa AFA tem actividade nos Açores, com várias obras de construção civil em mais do que uma ilha.
Ao início da tarde de ontem, o Observador avançou com a detenção de Pedro Calado e do empresário Avelino Farinha, Presidente do Conselho de Administração do Grupo AFA. Miguel Albuquerque já cancelou a agenda, mas, ao que a SIC apurou, ainda não foi pedido o levantamento de imunidade ao Conselho de Estado.
No total, decorreram mais de 100 acções que envolveram quase 300 inspectores e agentes.
Segundo as suspeitas, Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional, e Pedro Calado, Presidente da Câmara do Funchal, facilitaram obras e terão sido recompensados por isso.
Há suspeitas de corrupção activa e passiva, prevaricação, tráfico de influência, participação económica em negócio, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder.
A correspondente da SIC no Funchal, Marta Caires, explica que a ligação próxima entre Pedro Calado e o grupo AFA – cuja sede está também a ser alvo de buscas -, o maior grupo de construção civil da Madeira, está na génese deste processo.
Há suspeitas de que o autarca do Funchal beneficiou a empresa em diversas ocasiões. Está, por isso, em causa a facilitação na adjudicação de procedimentos concursais.
Sobre Miguel Albuquerque, a investigação terá como objectivo apurar os contornos em que aconteceu a venda da Quinta do Arco, em 2017, onde se localizava o famoso roseiral do Presidente do Governo da região autónoma.
A venda foi feita a um fundo imobiliário que trabalha com o Grupo Pestana, que gere actualmente o espaço. Também em 2017, na altura em que decorria a venda, o Governo da Madeira renovou o contrato de concessão da Zona Franca por ajuste directo ao grupo Pestana.
Recorde-se que o Grupo Pestana é detentor de um hotel, em Água d’Alto, em São Miguel.

Edit Template
Notícias Recentes
60% dos rendimentos é para a renda - Taxa de esforço para arrendar casa em P. Delgada sobe 9%
Google faz forte investimento nos Açores com cabo submarino e centro de dados
Empresários dos Açores criticam falta de qualidade nos serviços aéreos
Taxa de desemprego com forte descida nos Açores
Açores continuam com maior desigualdade na distribuição de rendimentos
Notícia Anterior
Proxima Notícia

Copyright 2023 Diário dos Açores