“Os portugueses estão a comprar férias como nunca tinham comprado”.
O balanço é do Presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, que explica numa entrevista ao Diário de Notícias que, nos primeiros meses deste ano, a procura por viagens subiu 20% face a 2023, aquele que foi o melhor ano de sempre para o sector.
“Portugal manter-se-á, este ano, como o principal destino de férias dos portugueses. Ao longo do país há uma nova oferta utilizada cada vez mais pelos portugueses. O maior sucesso da Madeira nos últimos anos foi o mercado interno e temos de pensar também no êxito dos Açores. Tudo está a crescer, não creio que se possa dizer que, pelo facto de no mundo existirem ofertas mais agressivas e de os portugueses viajarem também mais para fora, estão a fugir de Portugal. Estão a escolher entre as várias oportunidades as boas oportunidades que existem fora de portas”, atesta Pedro Costa Ferreira ao DN.
Também o director operacional da Lusanova corrobora o argumento e afirma que a sede de viajar é transversal no território nacional e estrangeiro.
Reservas para Açores
e Madeira aumentam
“As reservas para os Açores e Madeira aumentaram em comparação com 2023, assim como a procura por destinos de longa distância, como Índia, Japão, China, Tailândia, Vietname e Canadá”, enumera o porta-voz do operador turístico àquele jornal.
Tiago Encarnação explica ainda que a Lusanova antecipou a programação este ano para “fazer face à procura sentida logo no início de 2024”.
“É comum que os preços dos pacotes turísticos aumentem em comparação com o ano anterior, no entanto, notamos que esse aumento de preços não parece ter afetado a procura e a escolha dos destinos da nossa oferta. Não teve nenhum impacto na procura pelos nossos destinos”, assinala.
O primeiro trimestre ainda não chegou ao fim e, a manter-se o nível da procura, as agências estão optimistas num novo ano recorde, indica o Presidente da APAVT.
“Há ainda muita operação de Verão para ser vendida. Ainda é cedo para confirmar [um novo recorde], mas se compararmos as vendas com igual período do ano passado estamos francamente em crescimento e tudo se perspectiva de que este ano seja melhor, por muito que me possa espantar”, conclui Pedro Costa Ferreira ao DN.
eDreams coloca P. Delgada
no Top 10
A eDreams, a maior agência de viagens online da Europa, compilou os dados da sua plataforma para descobrir os destinos de férias mais reservados para passar a Páscoa de 2024.
A empresa pôde, assim, concluir que Paris é o destino preferido dos portugueses para passar as suas férias neste período, algo que acontece já pelo terceiro ano consecutivo.
Entre as restantes cidades prediletas dos portugueses para a Páscoa de 2024, encontramos Londres (Reino Unido), Barcelona (Espanha), Amesterdão (Holanda), Zurique e Genebra (Suíça).
As cidades portuguesas do Funchal e de Ponta Delgada também entraram no Top 10 dos portugueses para viajar nesta altura.
A eDreams conseguiu ainda apurar que os turistas que nos vão visitar neste momento de férias vêm maioritariamente de França (33%), Alemanha (17%), Espanha (11%), Suíça (10%) e Reino Unido (6%). As cidades que mais os trazem ao nosso país são Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Ponta Delgada.
Voos para S. Miguel na Páscoa estão esgotados
A disponibilidade de lugares nas viagens para a ilha de S. Miguel, na quadra da Páscoa, é diminuta e a maioria dos voos programados está esgotado.
Tanto a SATA como a TAP não disponibilizaram, até agora, novos voos, havendo mesmo dias em que se realizam 7 voos de Lisboa para os Açores, o que não é normal.
A situação está a provocar problemas a muita gente, sobretudo estudantes e turistas, com várias queixas dos empresários ligados ao turismo.
Joana Correia, Directora de uma agência de viagens dizia ontem à RDP-Açores que teve que cancelar listas de espera, porque os voos estavam fechados e sem alternativas.
Apenas nalguns poucos voos é possível encontrar um ou dois lugares em executiva.
O empresário André Nóbrega, proprietário do grupo turístico ANC, também se queixou à RDP-Açores, denunciando a falta de lugares para um grupo de 200 pessoas que pretendia trazer para um torneio de ténis de praia, que teve que ser cancelado.
“Não se percebe como uma região que quer apostar no turismo e, depois, não possui acessibilidades”, comentou.
Acrescentou que, no seu caso, a Páscoa está perdida, porque tem um hotel a 70% de ocupação, quando podia estar a 100%.
Além da falta de lugares, que também se estende aos voos inter-ilhas, os passageiros são confrontados com outro problema: os preços elevados das passagens.
De acordo com os especialistas do sector, este problema tem a ver com a procura inusitada, este ano, dos destinos mais em voga, incluindo os Açores.
O problema é extensivo à Madeira, revelando o Jornal da Madeira que quem quiser passar a quadra pascal na Madeira terá de abrir os cordões à bolsa.
Em média, as ligações aéreas Lisboa-Funchal-Lisboa já ultrapassam os 700 euros, quase o dobro do tecto máximo fixado para o subsídio de mobilidade.
Apesar dos preços elevados, já há voos esgotados nas três companhias aéreas a operar na linha.
Também a nível nacional, apesar dos preços mais elevados, as férias da Páscoa vão ser sinónimo de lotação quase esgotada nos hotéis.
A procura por viagens aumentou 20% face aos números de 2023.
As reservas para o fim de semana prolongado apontam para ocupações entre os 80 e os 100%, na hotelaria, o que se vai traduzir em receitas mais significativas.
De acordo com o Diário de Notícias, a maioria das reservas é feita por portugueses ou espanhóis e destina-se às regiões do Porto, Lisboa, Algarve e Madeira.
Também já existem hotéis com 80% da lotação ocupada em Viseu, Aveiro e Alcobaça e hotéis esgotados na Serra da Estrela.