A representante nos Açores da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Joana Morais Ribeiro, escreveu uma carta ao Governo dos Açores com várias propostas como “contributos para incluir a saúde oral em várias áreas de acção política e ampliar as medidas previstas para o sector”.
O objectivo, esclarece Joana Morais Ribeiro, consiste em “reforçar, uma vez mais, a importante parceria entre a OMD e o Governo Regional dos Açores para a criação de sinergias no âmbito do desenvolvimento e melhoria de cuidados de saúde, em geral, e saúde oral, em particular”.
Após a análise do programa, a responsável considera que importa reforçar cinco eixos fundamentais: promoção da acessibilidade, criação da carreira especial de medicina dentária, qualificação profissional, apoio à modernização e desenvolvimento das empresas do sector, e turismo em saúde.
A intenção de actualizar os valores da tabela de convenções do Serviço Regional de Saúde (SRS) é uma medida aplaudida, “e há muito reivindicada”, pela Ordem que defende, em complemento, “o aumento da população elegível para este reembolso”, pois, explica Joana Morais Ribeiro, dará resposta “a mais cidadãos”, nomeadamente aqueles que estão em escalões “considerados mais elevados”, mas dado o contexto económico vivem “em esforço financeiro”.
Valorização das carreiras
e estratégia para o turismo
No programa consta também o plano de continuar o processo de valorização das carreiras da saúde, assim como a abertura para “negociação e diálogo com as ordens profissionais”.
Além de se disponibilizar para uma reunião, na carta enviada a José Manuel Bolieiro, a representante dos médicos dentistas na Região salienta a urgência de criar uma carreira para estes profissionais no SRS e a importância de integrar a classe “nos cuidados de saúde hospitalares”.
De igual forma, Joana Morais Ribeiro aponta as vantagens de incluir a medicina dentária na estratégia do Governo para o turismo, argumentando que o sector “pode ser visto como um importante vector de exportação de serviços de saúde”, uma vez que é notório o crescimento de cidadãos estrangeiros que se deslocam aos Açores para “os seus tratamentos de reabilitação oral”.
A OMD propõe, ainda, no plano da transição digital a alocação das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência para a implementação de “um sistema de saúde integrado e multidimensional”.
Sobre as acessiblidades, a carta refere que “nos Açores, uma das principais preocupações da OMD é essa mesma acessibilidade, já que o Serviço Regional de Saúde (SRS) não tem capacidade para dar resposta a todas as necessidades, sendo por isso importante a articulação com o setor privado, aproveitando a capacidade instalada da rede de clínicas existente”.