O PCP/Açores considerou que “reina a confusão” nos transportes aéreos da Região e lamentou que na anteproposta do Plano e Orçamento do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) para 2024 não se encontre “nada de novo”.
“Nos transportes aéreos reina a confusão. Enquanto aumenta a insatisfação em relação aos reembolsos e às obrigações de serviços públicos, insiste-se em querer privatizar a Azores Airlines a todo o custo, mantendo o falso argumento da redução da dívida regional, quando já está assumido que será a Região a assumir a actual dívida da empresa”, disse o coordenador regional do PCP/Açores Marco Varela, em conferência de imprensa.
O responsável, que apresentou na cidade da Horta, na ilha do Faial, as conclusões da última reunião da Direção Regional do PCP, que serviu para analisar a situação política e social a nível nacional e regional, referiu que “cada vez mais açorianos compreendem que tal decisão vai ser ruinosa” e “passará a não haver ligações directas entre algumas ilhas e o continente, afectando também o normal funcionamento da SATA Air Açores e todos os seus trabalhadores”.
Para o PCP, “o residente nos Açores só deve pagar os 134 euros previstos [pelas viagens ao continente], acabando-se com as filas nos CTT para buscar o reembolso da passagem, e que a SATA deve ser pública e estar ao serviço da Região e dos açorianos”.
Ao nível dos transportes marítimos de passageiros o partido propõe uma visão integrada, “para que sirvam todo o arquipélago todo o ano”.
Dificuldades no acesso
à saúde
Marco Varela também falou das dificuldades de muitos açorianos no acesso à saúde, “com o aumento das listas de espera para consultas de especialidade e cirurgias, com falta de médicos, enfermeiros, técnicos e assistentes operacionais”.
Defendendo “um sério investimento na saúde”, com “salários dignos, vínculos permanentes e justos direitos laborais”, Marco Varela salientou que “só assim será possível que os açorianos tenham médico de família, consultas de especialidade ou exames de diagnóstico”.
A Direcção Regional do PCP Açores criticou ainda a ausência de “sinais de que a situação social e económica possa vir a melhorar” na Região, lamentando que “nada de novo” se encontra nos documentos da anteproposta do Plano e Orçamento do Governo Regional para 2024.
“Apenas preconizam a continuidade da política de direita seguida até à data, marcada por um processo de repetidas privatizações e pela desvalorização do Serviço Regional de Saúde, da educação pública, do direito à habitação, da cultura e da Administração Publica regional”, apontou Marco Varela.