Os primeiros pequenos foguetões suborbitais poderão ser lançados a partir da ilha de Santa Maria no último trimestre deste mês.
A Agência Espacial Portuguesa revelou que já tem os terrenos alugados para o efeito, na zona da Malbusca, havendo empresas interessadas em fazer lançamentos suborbitais já no final deste ano.
Um estudo da Universidade do Texas, em Austin (EUA), divulgado há alguns anos, já tinha dado um parecer favorável à instalação de uma base espacial para lançamento de pequenos satélites nos Açores, apontando para a ilha de Santa Maria (mais precisamente, para o lugar de Malbusca, na freguesia de Espírito Santo), como o melhor lugar para o fazer
“Um desígnio autonómico”
O Secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão, defendeu, em Santa Maria, que o ecossistema espacial nos Açores tem de ser um “desígnio autonómico e não partidário”.
Falando em Vila do Porto, na sessão de encerramento da segunda edição do CanSat Junior Açores, o governante sublinhou que se começam a ver “resultados muito significativos” nesta matéria, cerca de 20 anos após o tema ter chegado ao Parlamento dos Açores envolto na “descrença” de alguns.
“O importante é que se mantenha este espírito de unidade sobre um ecossistema espacial açoriano, que estejamos unidos no grande objectivo do desenvolvimento desta indústria. Vamos aguardar. Nos próximos meses podemos ter boas notícias”, adiantou ainda.
Sobre o CanSat Junior, Paulo Estêvão valorizou o trabalho de docentes e alunos, destacando o “empenho e entusiasmo” nos dias passados em Santa Maria.
13 equipas
para um micro-satélite
“Parabéns a todos pelo nível alcançado”, disse, dirigindo-se a todas as equipas e também aos elementos da organização – o evento foi ganho por jovens de uma turma da Madalena, no Pico, que irão participar agora no evento nacional do CanSat Junior, a decorrer em Bragança.
O CanSat Junior Açores contou com a participação de 13 equipas de sete ilhas do arquipélago, movimentando cerca de uma centena de alunos e professores.
Um CANSAT é um micro-satélite que tem o tamanho de uma lata de refrigerante – o nome vem da palavra em inglês para lata, “CAN”, e da abreviatura “SAT”, para satélite.
Nesta competição, os estudantes são desafiados a integrar todos os sistemas base de um satélite neste volume reduzido, nomeadamente a sua antena (emissora), bateria e sensores, conclui uma nota governamental enviada às redacções.