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Famílias revoltadas no Pico com agressividade de padres nas missas do crisma

As cerimónias do crisma nalgumas igrejas da ilha do Pico foram bastante atribuladas no passado fim de semana.
Em duas delas houve “violência física” por parte dos padres, segundo os familiares, que impediram as madrinhas de colocar a mão no ombro dos crismandos.
As fotos e denúncias reveladas publicamente pelos familiares provocaram uma onda de revolta na ilha e os casos foram entregues às vias judiciais.
Na Igreja de Santo António, o padre agarrou a crismanda e madrinha com violência, para separá-las, a tal ponto que acabou por não se realizar o respectivo crisma. A família abandonou a igreja e foi aplaudida pelos presentes.
O pai da jovem insurgiu-se contra a atitude do padre, comentando que se tratou de “uma agressão”, explicando que a madrinha é “uma pessoa idónea, íntegra, que não serviu para madrinha mas que pode servir para tudo o resto que a igreja tem necessitado… hipocrisia pura”.
Noutra igreja, da Nossa Senhora da Piedade, um outro padre, Luís Dutra, da Prainha, impediu também uma madrinha de colocar a mão no ombro do crismando, agarrando com violência no braço da mulher e interpondo-se no meio dos dois para impedi-la da insistência.
A vítima revelou que foi apanhada de surpresa, porquanto não lhe tinham avisado de qualquer impedimento e com a agravante de estar a tratar de um ombro deslocado, poucos dias antes, que agravou a dor com o puxão do braço pelo padre.
“Uma atitude indigna de um padre, numa igreja em que o nosso Papa Francisco luta pela inclusão de todos; é devido a este tipo de pessoas que as igrejas estão vazias e ninguém quer sustentar padres desta natureza”.
Os argumentos para tal situação prendem-se com o facto das madrinhas não serem casadas pela igreja, mas num dos casos havia uma declaração, por escrito, do pároco da residência de uma das madrinhas a atestar que não havia impedimento.
Os casos geraram forte revolta popular e muitas pessoas manifestaram-se contra a atitude agressiva dos padres.
Fernando Gomes, numa das igrejas, onde as pessoas comentavam, atónitas, o sucedido, dizia que “nos meus 80 anos de vida nunca vi tal cena; não são padres, são pessoas sem sensibilidade nenhuma, impreparadas e é por isso que foram corridos das paróquias anteriores, porque têm antecedentes”.
Outro paroquiano comentava que isto “era uma atitude cobarde, porque só acontecia com mulheres, porque se fosse com um homem os padres eram esmurrados ali mesmo”. “E ainda tudo perante a passividade do Vigário geral, que ministrava o crisma”.
Os casos foram denunciados na esquadra da PSP, por agressão física, com vista a uma queixa-crime junto do Ministério Público e os familiares expuseram a situação ao Bispo de Angra.

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