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Educar para a morte?

Segundo diversas fontes, nos últimos dez anos, em Portugal, foram assassinadas mais de 600 mulheres. Não sendo uma brincadeira, é um assunto muito sério que devia chocar a quem de direito e, sim, são números escandalosos, como escandalosa é a inércia com que se reage para estancar esta autêntica carnificina. E o hiperbolismo das palavras é propositado e serve para que as respetivas autoridades tomem pulso ao fenómeno.
Mas esta não é uma mera questão social, policial e judicial. É um problema eu diria sobretudo político. O poder político tem de tomar uma posição em bloco e é obrigado a legislar de modo a endurecer as penas. Não são discursos de circunstância ou debates de urgência no parlamento, em que são repetidos os mesmos lugares comuns e as mesmas intenções, repetidas ad nauseam, que vão colocar o país a mexer-se quanto a essa matéria.
O caso é sério. Exige urgência e emergência. E a hora do debate e da análise há muito que se esgotou: mais ou menos a cada semana surge um novo incidente, e não é possível ficar apenas a observar e lamentar mais uma tragédia.
Somos, sociedade em geral, muito responsáveis. Não entendo que alguns saiam à rua para defender o povo palestiniano (e bem!), mas se esqueçam de defender as mulheres inocentes deste país. E como qualquer cidadão, questiono: Qual foi o papel da Educação no meio de tudo isto? Educamos os homens de Portugal para a chacina do sexo oposto?

Luís Soares Almeida*

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