O socialista José San-Bento manifestou a preocupação do PS com “os problemas do custo e do acesso à habitação em Ponta Delgada, os problemas dos sem-abrigo, da mendicidade e da marginalidade associada à toxicodependência, o desolador desinvestimento municipal nas freguesias e a obra do Mercado da Graça”, que considerou ser uma “obra de Santa Engrácia”.
José San-Bento falava em reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Ponta Delgada, onde foi debatido o estado do concelho, frisando que estas quatro preocupações “já vêm desde o início do mandato e mantém-se actuais”.
Em ano da celebração dos 50 anos do 25 de Abril, o socialista saudou todos os autarcas do concelho de Ponta Delgada e afirmou ser “um construir soluções no Poder Local sem consultar as pessoas ou mesmo contra as pessoas”.
O deputado municipal do PS salientou que actual mandato autárquico do PSD em Ponta Delgada é “uma profunda desilusão”, uma vez que o Presidente da Câmara e o seu Executivo do PSD “fazem o que é fácil” e “falham no que é difícil e estrutural”.
“Na habitação continuamos a bater recordes nacionais de aumento dos custos de construção, uma situação agravada pelas recém-anunciadas medidas de isenção fiscal de IMT do Governo da República PSD/CDS/PPM, políticas desastrosas que impossibilitam comprar ou arrendar casa em Ponta Delgada para mais de 90% da procura”, realçou, criticando a autarquia por “apenas canalizar 500 mil euros por ano para apoios ao arrendamento, pouco mais de 0,6% do Orçamento anual do município”, o que está a “levar jovens e a classe média em início de carreira a refugiar-se em concelhos limítrofes”.
José San-Bento destacou a “decepcionante taxa de execução de praticamente 0%” da Estratégia Local de Habitação de Ponta Delgada, financiada por 106 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), quando estas verbas “poderiam garantir a construção ou recuperação de 759 fogos habitacionais para famílias com habitação precária, insegura, sobrelotada ou inadequada”.
José San-Bento realçou que o problema dos sem-abrigo e da marginalidade associada à toxicodependência no centro da cidade “está a agravar-se” salientando que Ponta Delgada “já conta com mais de 300 sem abrigo”, lamentando que o município “aborde estas questões como um caso de polícia e não como casos sociais e de saúde pública”.