A socialista Andreia Cardoso frisou que o Governo Regional da coligação PSD/CDS/PPM “tem de acelerar a execução de fundos comunitários para desenvolver a ilha Terceira e os Açores”, salientando que “caso isso não aconteça, os Açores terão perdido uma oportunidade histórica para a Região”, após o Governo Regional do PS ter assegurado montantes que ascendiam a 3.200 milhões de euros.
A Vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS falava à saída da obra da nova fábrica de leite e lacticínios da ilha Terceira, a Ilaçor, uma obra que começou a ser planeada em 2017, foi iniciada em 2020 e que ainda não está finalizada.
Andreia Cardoso recordou que o PS tem vindo a alertar, ao longo dos últimos três anos e meio, para a “necessidade de acelerar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, designadamente no fundo de recapitalização das empresas, que representa 125 milhões de euros e que “continua a não estar ao seu dispor”, um factor que “pesa negativamente no sucesso deste tipo de investimentos”.
“Dos 125 milhões destinados à recapitalização de empresas, supostamente estariam agora disponíveis os primeiros 20 milhões, mas a verdade é que nunca chegaram a estar efectivamente disponíveis e esse aspecto é crítico para o sucesso de investimentos como este e de outros na nossa Região”, frisou.
“Nesta fábrica da Ilaçor estamos a falar, talvez, do maior investimento de privados que está a decorrer na Ilha Terceira, superior a 20 milhões de euros, o que se pretende é que seja colocado o mais rapidamente em produção, para potenciar a valorização de um produto que é central na Ilha Terceira”.
Andreia Cardoso alertou que a opção deste Governo Regional PSD/CDS/PPM de substituição do leite pela carne “representa riscos para os agricultores, em termos de rentabilidade”, considerando que essa opção é “errada para os Açores e para a ilha Terceira”.
“A aposta do PS é na valorização do produto, potenciando a entrada de jovens neste sector, aumentando o volume de produção, mas naturalmente sendo um sector atractivo. E a atractividade passa também por acreditarmos em investimentos como este, rentabilizarmos investimentos como este”, explicou, acrescentando que “ainda há margem de crescimento para o sector”.
A parlamentar do PS salientou que a “dívida crescente do Governo Regional tem dificultado a implementação do investimento público e penalizado as empresas”, uma vez que o Governo Regional é “incapaz de disponibilizar os recursos da União Europeia, ao nível do PRR e do Construir Açores 2030”.
“Há a necessidade de operacionalizar esta componente do PRR de forma entroncada com o Construir Açores 2030 e a verdade é que nem um, nem outro, porque há atrasos muito substanciais quer no Construir Açores 2030, quer no PRR que penalizam o investimento privado nos Açores”, lamentou a deputada do PS.
“Num momento em que assistimos à descida do preço de leite, que já é penalizadora dos rendimentos dos agricultores, os agricultores terceirenses vêem nesta fábrica uma esperança para potenciar os seus investimentos. E todo este atraso faz com que haja jovens e menos jovens que saiam desta atividade e, naturalmente, quando saem já não voltam. A agricultura é um sector muito importante para os Açores, a par com outras áreas como o Turismo, que nós não queremos de todo que se perca por inércia ou falta de investimento do Governo Regional dos Açores”, finalizou a deputada do PS eleita pela ilha Terceira.