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Património natural e social

A discussão em torno do turismo sustentável ainda é, para já, assunto tabu, mas mais cedo que tarde, imagino já os setores mais conservadores a levantarem a lebre para colocar em causa tudo por coisa nenhuma. Explico.
Obviamente que há um momento em que o turismo tem de crescer. E se crescer rapidamente, para alguns tanto melhor. Na modesta opinião deste cidadão, deveria crescer a um ritmo natural, conforme a capacidade de resposta instalada. Um crescimento harmonioso entre as rotas de chegada, as companhias que trazem os passageiros, o crescimento da oferta hoteleira e alojamentos, companhias de carros de aluguer, restaurantes, produção e distribuição de alimentos, diversão, entre outros.
Por outro lado, acautelar a qualidade de vida dos que cá moram, parece-me de bom-tom. Não basta encher as nossas ilhas de turistas, há que preservar a capacidade das estruturas que, em primeiro lugar, são para os açorianos, São Miguel em particular.
O turismo é um bem necessário. E é um complemento ao nosso produto interno bruto, muito dependente da monocultura da vaca e das transferências gerais do Estado. Mas precisamos escapar à pobreza intelectual de achar que o turismo é uma ameaça. Desde que não enveredemos por um turismo low cost, que desqualifica qualquer região, e desde que privados e tutela não embarquem em estados ilusórios que levam à fatal cegueira dos euros, podemos estar mais ou menos tranquilos pois estas ilhas únicas terão o seu futuro garantido. E é por isso que: turismo sim, mas não descurem o genuíno e verdadeiro património natural… e social.

Luís Soares Almeida*

*Professor de Português
[email protected]

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