Hoje, pelas 09h30, no Largo da Igreja Matriz, vai realizar-se a Missa da Coroação das Grandes Festas do Espírito Santo de Ponta Delgada, que será animada pelo grupo coral e litúrgico de São Pedro.
O pároco da Matriz de São Sebastião de Ponta Delgada, que vai participar pela primeira vez destacou que a festa, que vai “procurar viver na surpresa, porque o Espírito Santo também é isso”, tem um aspeto importante que “é o de mobilizar todo o concelho”.
“Isso é interessante porque o verdadeiro sentido do Espírito Santo é reunir pessoas, congregar; comungarmos o mesmo pão e bebermos do mesmo vinho”, acrescentou o cónego Adriano Borges, ao portal informativo da Diocese de Angra.
O cónego Adriano Borges destacou a a dimensão social da festa, com a distribuição das pensões por todas as IPSS do concelho de Ponta Delgada, recuperando a ideia das “esmolas” dadas aos mais desfavorecidos; o Centro Social e Paroquial da Matriz vai receber carne, pão e vinho, que vai partilhar pelas famílias carenciadas da paróquia.
Segundo o pároco da Matriz de São Sebastião de Ponta Delgada, a ideia de serem “todos iguais é muito interessante”, mas alerta para “um cuidado de não politizar aquilo que é uma festa religiosa”, e a Igreja também deve olhar para ela “com cautelas”.
“A história ensina-nos que em matéria de Espírito Santo, a Igreja também deve ter cautelas pois quando se fala em purificar esta festa é preferível dizer que é preciso dar-lhe um propósito mais sentido da fé”, desenvolveu o cónego Adriano Borges, que vai presidir à Missa solene de coroação das ‘Grandes Festas do Divino Espírito Santo, este domingo, no adro da igreja Matriz de São Sebastião, com transmissão na RTP Açores e RTP1.
Espírito Santo:
protagonista do nosso tempo
O Espírito Santo foi apresentado pelo padre Carlos Silva Ferreira, em Ponta Delgada, como a “força motriz” da vida pessoal e comunitária e o seu culto uma semente de fraternidade na sociedade atual .
”O Espírito Santo é o grande protagonista do nosso tempo, da nossa história pessoal e coletiva. Ele é a força motriz da vida pessoal e comunitária, entendidas na sua dimensão espiritual e humana. Também por isso, precisamos de redescobrir o Espírito Santo porque sem Ele a Igreja é apenas memória”, afirmou o diretor do Centro Universitário Pio XII, de Lisboa, que foi o orador convidado para a conferência de abertura da XXI edição das Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada.
“Este culto compreende uma escola de valores, critérios , atitudes que podem tornar o mundo mais justo, mais harmonioso, mais humano e fraterno, mais perto do projeto de Deus, uma espécie de antecipação da experiência do reino de Deus, a soberania de Deus” enfatizou o sacerdote que se estreia nos Açores, nestas festas que marcam a cultura açoriana e “têm a capacidade de gerar tolerância, diálogo e cooperação”.
“A ação do Espirito Santo amplia sempre mais” frisou ainda o sacerdote, que agora serve no Patriarcado de Lisboa, dirigindo esta residência universitária.
”O Espírito Santo fala-nos do presente e do futuro”, gerando “comunidades que vivem na alegria da procura e da descoberta, que não temem o desafio, que arriscam a hospitalidade, o encontro e o diálogo”, disse ainda.
Coube ao cónego Adriano Borges, como pároco da igreja Matriz de São Sebastião dar as boas vindas, tendo usado da palavra, também, o presidente da autarquia Pedro Nascimento Cabral.
“O Divino é a força vital do Povo de Deus” afirmou dizendo que a partir de Ponta Delgada formula o voto de que pela ação do Espírito Santo “as guerras que ensombram o mundo acabem” e que os dirigentes “sejam iluminados pela força do Espírito, que os ensine a fazer a paz”.
O presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada deixou uma palavra de agradecimento a todos os voluntários e às juntas de freguesia do concelho, reforçando a ideia de que o Espírito Santo conduz “à criação de uma sociedade fraterna e socialmente mais justa”.