Há vários anos que o “Diário dos Açores” vem denunciando o desleixo do Governo da República nos serviços dele dependentes nos Açores.
São conhecidos diversos e repetidos episódios da falta de conservação e manutenção dos edifícios e falta de pessoal nos mais variados serviços do Estado nesta Região.
Agora, foi o tecto de uma das salas da Alfândega de Ponta Delgada que desabou, felizmente sem ferir ninguém.
Como já foi relatado aqui, a propósito de situações semelhantes, um dia vai acontecer uma tragédia e a República vai penitenciar-se e aparecerá em força para resolver a situação. Enquanto não houver uma tragédia a República deixa andar e os seus responsáveis nem querem ouvir falar destes casos, como é o caso do Representante da República para os Açores, que ninguém percebe para que serve.
Há poucos dias foi denunciado, também neste jornal, o desmazelo em salas da Conservatória do Registo Civil na Ribeira Grande, com fotos tiradas pelo respectivo sindicato, para denunciar a falta de condições de trabalho naquele organismo do Estado.
O problema estende-se por vários serviços, como por exemplo tribunais, conservatórias, esquadras da PSP e outros organismos, de que é mais escandaloso o caso da cadeia de Ponta Delgada, apontada como um caso flagrante de Direitos Humanos, em qu ainda esta semana mais de 30 reclusos tiveram que ser transportados para cadeias do Continente, porque as celas onde estavam já não tinham condições.
O caso, agora, do tecto da Alfândega de Ponta Delgada não é novo, porque já se tinha registado noutras salas.
Segundo António Pinto, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, em declarações à RTP-Açores, “é o terceiro tecto que cai no edifício da Alfândega, que carece de obras urgentes há longo tempo, com infiltrações de água, paredes abertas a ver-se o ferro, sistema de ar condicionado sem funcionar; já chamamos a atenção de dirigentes, da Direcção Geral, da Autoridade Tributária e Aduaneira e há mais de 20 anos que prometem obras…”.
A própria fachada da Alfândega, outrora um ex-libris da Avenida de Ponta Delgada, é hoje um edifício em degradação, escuro, sujo e a simbolizar a forma como o estado português actua nos Açores.
O.C.