O PS/Açores manifestou-se “preocupado” com a proliferação de pragas como ratos, pombos, rolas, melros e lagartixas que está a “ganhar proporções alarmantes nos Açores” e que se está a “traduzir em elevados prejuízos para diversas culturas, desde o milho à vinha, com graves consequências sobre a saúde animal e humana”, exigindo ação ao Governo Regional.
O grupo parlamentar do PS submeteu, por isso, no Parlamento dos Açores, um requerimento ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), questionando “onde está o Plano de Combate às Pragas Agrícolas que o Governo prometeu em agosto de 2023?”.
“Há exatamente um ano, o Governo Regional prometeu este plano, mas hoje nada sabemos. Não conhecemos o documento, nem quem foi auscultado, que tipo de estudos foram feitos sobre a rola-turca, as lagartixas, os pardais e outras aves, para além das várias espécies de ratos. E é claro, importa conhecer o ponto de situação em cada ilha, especificamente”, vincou Patrícia Miranda, a primeira subscritora do requerimento dos socialistas.
Patrícia Miranda quer também saber “que tipo de acções estão previstas para apoiar os agricultores e os vitivinicultores na implementação de medidas de controlo das pragas, para além da distribuição de rodenticida” e “que apoios estão previstos para indemnizar os agricultores e os vitivinicultores afectados pelos estragos provocados por estas espécies, nas culturas”.
A parlamentar socialista frisou que os agricultores açorianos têm “feito o que podem e o que lhes compete” para minimizar os estragos nas suas culturas e lembrou que já existiram “muitas manifestações públicas de descontentamento com a ausência de medidas concretas do Governo Regional para o controlo de pragas por parte da Federação Agrícola dos Açores e de diversas associações agrícolas”.
“O que fica bem claro é que o Governo Regional da coligação PSD/CDS/PPM não tem qualquer estratégia ou preocupação no controlo de pragas. Em 2022 o Governo Regional reconheceu o problema, em 2023 o Secretário Regional da Agricultura prometeu um Plano de Controlo de Pragas e agora, em agosto de 2024, diz que vai reunir com o Secretário Regional do Ambiente para ver o que pode ser feito. Entretanto, os nossos agricultores desesperam com quebras de produção que, nalguns casos, chegam aos 70%. É preciso agir e agir já, controlar estas pragas e, no entretanto, procurar compensar os agricultores pelas suas perdas. É que para além destes problemas, é preciso, também, salvaguardar a saúde pública, porque a proliferação de ratos poderá fazer disparar os casos de leptospirose em pessoas, uma doença grave”, finalizou a deputada do Partido Socialista, Patrícia Miranda.