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Diamantino Henriques no painel das alterações climáticas promovido pela ONU

O IPMA representa Portugal na 61ª Sessão do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) da ONU, que decorreu em Sófia, na Bulgária, entre 27 de julho a 2 de agosto de 2024.
A sessão foi dedicada, entre outros assuntos, à preparação das versões preliminares do Relatório Especial do IPCC sobre a “Mudança Climática e as Cidades” e do “Relatório Metodológico sobre Forçadores Climáticos de Vida Curta” (Short-Lived Climate Forcers – SLCF), bem como à calendarização e planeamento estratégico para o sétimo relatório de avaliação (AR7).
A delegação portuguesa nesta sessão foi liderada por Diamantino Henriques, meteorologista e técnico superior do Departamento de Meteorologia e Geofísica do IPMA, conhecido dos açorianos por ter intervido durante muito tempo na meteorologia transmitida pela RTP-Açores.
Diamantino Henriques falou para o Diário dos Açores, tendo explicado que o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change, Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática), é um painel internacional e peritos designados pelos governos de todo o Mundo para preparar relatórios de avaliação do Clima e da Mudança Climática (MC), com uma abordagem o mais completa possível de vários aspectos, como as bases físicas do Clima, impactes, vulnerabilidades, mitigação e muitos outros, baseados numa selecção muito criteriosa, mas ao mesmo tempo abrangente e inclusiva, da literatura científica mais recente neste domínio.
A 61ª Sessão do IPCC, realizada em Sófia (Bulgária) entre 27 de Julho e 2 de Agosto, teve a participação de delegados de 195 países e representantes de dezenas de organizações observadoras.
Nestas sessão foram discutidas e debatidas as orientações para preparação do relatório especial sobre metodologias para a realização de inventários de forçadores climáticos de vida curta, bem como para a realização do relatório especial sobre Mudança Climática e Cidades.
Estes relatórios especiais farão parte do próximo ciclo de avaliação (AR7) cujo calendário foi igualmente objecto de discussão no âmbito do planeamento estratégico do AR7.
No caso dos forçadores climáticos de vida curta (SLCF – Short-Lived Climate Forcers), ou seja, aqueles poluentes atmosféricos emitidos directamente, mas que têm um efeito indirecto no balanço radiactivo da Terra (dióxido de Enxofre, óxidos de Azoto, monóxido de Carbono, compostos orgânicos voláteis não metanos, carbono negro e carbono orgânico), a decisão mais relevante foi a não inclusão do hidrogénio na lista dos SLCF, em virtude do seu papel no forçamento radiactivo ainda não receber um consenso por parte dos peritos, explica ao nosso jornal Diamantino Henriques.
“Contudo, o papel do hidrogénio como potencial SLCF será tratado pelos autores do relatório especial num anexo a este documento. A definição de metodologias para a inventariação de emissões desta categoria de poluentes representa uma evolução importante para o conhecimento e compreensão do efeito antropogénico de certos poluentes que não possuem um efeito directo no Clima”, acrescenta.
A discussão para o relatório especial sobre a Mudança Climática e as Cidades foi objecto de um longo e aceso debate.
“Foi discutido a inclusão ou não de tópicos tão diferentes como, desde a mal adaptação, pontos de não retorno, inclusão ou conhecimento indígena. A preocupação particular nas zonas urbanas no contexto da Mudança Climática tem uma justificação óbvia, mas reveste-se de uma complexidade elevada considerando as várias dimensões e a multidisciplinariedade intrínsecas que podem ser consideradas”, explica ainda.
O futuro 7º Relatório de Avaliação (AR7) do IPCC, cuja preparação teve já início, será constituído por sete volumes, o último dos quais deverá ser concluído em meados de 2029.
O relatório de avaliação do IPCC, cujo ciclo tem geralmente uma duração de seis a sete anos, constitui a referência científica mundial mais completa, consensual e abrangente, disponível no apoio a tomada de decisão política das medidas e acções necessárias para a mitigação e adaptação à Mudança Climática, conclui o meteorologista.

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