Santiago Mayo, artista natural da aldeia de Tal, Corunha, Galiza, expõe aguarelas na Livraria/Galeria Companhia das Ilhas (Lajes do Pico), até 31 de Agosto. O artista apresenta assim a génese deste seu trabalho: «Era a primeira vez que ia ao Pico no Inverno. Atrás do amor, como sempre, e também para reparar a carrinha. Era um dia seis ou oito de Março, chuvoso e frio. O telejornal na cafetaria do mini-mercado anunciava o desastre. As fachadas das casas tristes, transpiravam medo. O vento e os dias cinzentos dissipavam-se naquela atmosfera.A chuva miúda, morna, nutria a superfície da minha pele, da roupa, do bolor e dos musgos frondosos. M. apareceu no último dia antes do isolamento. Isolar uma ilha parece improvável, pois ela personifica a solidão e o confinamento. Porém aconteceu, por causa do medo, da dor e da morte. Os dias passaram, os meses passaram e a Primavera também. Em cada dia uma aguarela, visitas e passeios solitários à beira-mar. Um beijo não correspondido. Sexo para espantar a morte… As aguarelas desta Exposição falam sobre aqueles dias melancólicos do final do Inverno, da Primavera e de um confinamento devido a uma pandemia. Vinte dias que se transformaram em quatro meses.» Santiago Mayo expõe obras suas, tanto individual como colectivamente, desde 1988. Está representado em muitos museus de Espanha (como o célebre Reina Sofia, de Madrid) e em vários países europeus (França, Alemanha e Itália), e em várias galerias e colecções privadas. Desde 1993 tem obtido vários Prémios e Bolsas artísticas de diversas instituições públicas e privadas. No mesmo período, a Livraria Companhia das Ilhas acolhe a sua habitual Feira do Livro de Verão, com grande diversidade de obras para todas as idades. Descontos entre 10 e 60%.Horário: de Terça-feira a Sábado, das 10 às 13 e das 14 às 18 horas.