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Produtores agrícolas pedem medidas para mitigar a falta de alimento para o gado devido à seca

Segundo a Antena 1 Açores, de ilha para ilha sucedem-se os relatos do impacto que a seca está a ter no sector agrícola. No Pico, os produtores já estão a importar alimento, porque a produção de milho teve quebras a rondar os 90%.
A zona mais afectada pela seca foi a do concelho da Madalena, onde a falta de chuva impediu o crescimento do milho com as perdas, em muitos casos, a atingirem 90% da sementeira. Sem a garantia do milho para alimentar os animais, Rui Matos, Presidente dos Agricultores do Pico, admite que o Inverno será muito difícil.
“Neste momento alguns agricultores já estão a comprar algum alimento, desde palha, fibra e ração, o que não é muito normal nesta altura do ano. A grande preocupação é que muitos estão a gastar rolos de erva que seriam gastos no Inverno”, declarou Rui Matos.
É neste cenário de dificuldade que vai trabalhar nos próximos meses Jorge Pereira. O agricultor perdeu uma parte significativa da produção e a pouca que sobrou não tem grande qualidade, obrigando ao investimento extra para alimentar os animais.
“Até as pastagens, uma zona média-alta que não é normal, secaram por completo, o que faz com que não haja pastagem disponível e neste momento já há vários produtores, eu inclusive, que estão a deitar silagem de erva que normalmente era utilizada no Inverno. Ou seja, além do prejuízo que estamos a ter no Verão, seja com o transporte de águas, seja com a escassez do alimento, prevê-se que já estamos a gastar os alimentos que já estavam disponíveis e que vai afectar claramente o Inverno”, relatou o agricultor.
Para fazer face a esses prejuízos, a Associação de Agricultores defende uma acção imediata por parte do Governo dos Açores com a criação de um fundo de crise, mas antes de decidir o que será feito, a Secretaria Regional da Agricultura e da Alimentação está a realizar um levantamento às perdas registadas nas diferentes explorações agrícolas.
Em São Jorge, o mesmo cenário. O alimento dos animais que estava guardado para o Inverno também está a ser utilizado. A Associação Agrícola de São Jorge fala numa quebra de produção de milho na ordem dos 80%.
Os produtores de bovinos da ilha de São Jorge, em especial os produtores de leite, estão a enfrentar dificuldades devido à seca. Os produtores estão já a usar o alimento que estava guardado para o Inverno.
“Mas há um problema que é o abastecimento de água, que neste momento está a falhar em várias zonas da ilha e é a alimentação para as vacas produtoras de leite. Porque, como se sabe, não se pode colocar silo de erva às vacas de leite e neste momento está a ficar escasso a alimentação para elas. A maior parte daqueles que tinham o milho para o Inverno, estão a gastá-lo nesta altura. Em relação à produção do milho este ano, em certas zonas, há uma diminuição da produção à volta dos 80%”.
A Associação de Agricultores da ilha de São Jorge já entrou em contacto com as entidades responsáveis: “Já transmitimos às entidades responsáveis a nossa preocupação. Aquilo que nos foi transmitido, é que iam tratar do assunto para ver se conseguiam ajudas em palha ou fibra”.
Além do sector pecuário, a produção hortofrutícola e viticultura também tem enfrentado dificuldades devido à seca.
António Ventura admite que a situação é grave e garante estar a acompanhar o assunto juntamente com a Federação Agrícola dos Açores. O Secretario Regional da Agricultura diz que a seca não é igual em todas a ilhas, por isso o Governo Regional vai actuar em duas frentes, no abastecimento de água às explorações e no apoio à aquisição de alimento dos fibrosos para os animais.
“A gravidade da situação está a ser acompanhada pelo Governo e pela Federação Agrícola dos Açores e não é global esta mesma gravidade para todas as ilhas. Há ilhas como o Pico, São Jorge e Graciosa onde se sente os efeitos do aumento da temperatura. Uma primeira exigência é projectar aquilo que devem ser novos investimentos no âmbito da captação e abastecimento de água e, por outro lado, o Governo Regional está aqui para intervir quando efectivamente a situação recorrer para isso na aquisição de alimentos fibrosos e estaremos aqui também para ajudar os produtores”, afirma o Secretario Regional da Agricultura.

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