Frases e títulos que não merecem passar ao lado, mesmo em tempo de férias e de banhos:
- “Subsídio de doença castiga os mais pobres” e “Alterações do IRS beneficiam os mais ricos” (vários jornais, agosto).
Injustiças flagrantes, abafadas pelo calor, que se vão cometendo sob guarda chuva do governo Montenegro/CDS/Direitas+… - “Falta de militares ameaça missões internacionais – Provas de acesso às FA portuguesas, metade falha. 5 000 vagas por preencher e muitos a sair…” (Jornal de Notícias, 26 de agosto)
Sem prejuízo da justiça que está em falha por melhores remunerações e condições das nossas FA, fica a pergunta: Mas afinal as nossas FA servem prioritariamente para irmos combater nas guerras que se travam lá fora e sob comando externo, ou não serão antes prioritariamente destinadas ao serviço à Pátria e à defesa do país e da independência nacional? - “Sobrecustos da Saúde nos Açores atingem os 50 a 74 milhões de euros” (Açoriano Oriental, 4 de agosto)
Afinal como é? Estamos realmente a falar de “sobrecustos” ou antes de subfinanciamento? - “Estamos a prestar um serviço ao povo. Onde há economia privada, deve prevalecer a economia privada. Vou acompanhar o processo e, a seu tempo, irei ponderar o que é razoável, sendo que NADA faremos contra a iniciativa privada e TUDO faremos para garantir um bom serviço às populações” (José Manuel Bolieiro, 10/11 de agosto).
Quem fala assim não é gago, mesmo sem se perceber o que é falado. O presidente do governo regional PSD/CDS/PPM/Direitas+ referia-se à decisão precipitada de libertar o grupo SATA das suas lojas de atendimento (para facilitar o apetite dos privados pela SATA Internacional), assegurando, em contrapartida, o sobrecarrego das lojas públicas da RIAC e, como tal, o sobrecarrego do erário público e da sobre-exploração dos trabalhadores dessas lojas à custa de um pior serviço prestado às populações por uma empresa PÚBLICA estratégica para os Açores. Para TUDO se fazer pela iniciativa privada, NUNCA se poderá garantir, pelo menos absolutamente, um bom serviço às populações, sobretudo se estamos a falar de serviços públicos essenciais, não será assim, sr. Presidente? - “Temo pela liberdade de quem reza, porque quem reza de verdade sempre reza por todos. Não se comete o mal porque se reza.” Papa Francisco critica a Ucrânia por banir a Igreja Ortodoxa Russa do seu território” (domingo, 25 de agosto)
Começou pela proibição e perseguição dos comunistas, em 2015, pouco tempo depois do golpe do chamado EuroMaidan que depôs pela força, em 2014, um presidente eleito democraticamente. Passou depois, em março de 2022, pela suspensão, seguida da proibição, em junho do mesmo ano, de outros 11 partidos políticos (todos de esquerda, uns pró-russos e outros nem isso), muitos com representação marcante no parlamento, onde se incluía o Partido Socialista da Ucrânia. Chegou agora a vez de muitos cristãos. Foi banida no passado dia 20 de agosto, no território da Ucrânia, uma igreja com tradições seculares e cerca de 9 mil paróquias, abrangendo mais de 30% da população ucraniana, a Igreja Ortodoxa Russa. Perante tudo isto, não é possível deixar de relembrar o famoso poema de Berthold Brecht que começava assim
(segundo uma das suas versões mais conhecida): “Primeiro vieram buscar os comunistas…”
Mário Abrantes