A taxa de inflação nos Açores aumentou em Agosto 0,45 pontos percentuais, passando para 2,25%, terminando um ciclo de descidas nos últimos meses.
A explicação poderá estar na pressão dos preços altos praticados nesta época alta do turismo, com as maiores variações médias positivas a verificaram-se nas classes “Restaurantes e hotéis” (5,65%), “Comunicações” (5,54%), “Produtos alimentares e bebidas alcoólicas” (4,52%) e “Saúde” (3,54%).
Em sentido contrário, a classe que apresentou maior variação média negativa foi a do “Vestuário e calçado” (-3,30%).
Inflação mais baixa
no Continente
A taxa homóloga a nível nacional foi de 1,86%.
Segundo revelou ontem o SREA, a taxa mensal do índice de agosto, “Total”, foi de 0,04%, aumentando 0,25 pontos percentuais em relação ao mês de anterior.
A classe “Restaurantes e hotéis”, com 1,81%, foi a que mais se realçou no sentido da alta, enquanto no sentido da baixa foi a classe “Vestuário e calçado”, com -8,68%. A taxa mensal a nível nacional foi de -0,34%.
Preços altos afastam
turistas portugueses
Já no mês de Julho, os sectores ligados ao turismo explicaram que, a nível nacional, os preços altos afastaram os turistas portugueses “cá dentro”, o que também poderá explicar que o abrandamento do crescimento do turismo nacional nos Açores, muito impulsionado este ano pelos estrangeiros.
Para a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), a inflação, que “tem vindo a impactar no orçamento das famílias há já algum tempo” e era, em julho, de 2,5% a nível nacional, é um dos motivos na base deste decréscimo.
“Apesar de não ser um problema exclusivo dos portugueses, é um facto que no nosso país tem tido um impacto muito acentuado“, sustenta Ana Jacinto.
A esse fator somam-se os preços dos serviços turísticos, incluindo do alojamento, que, segundo a responsável da AHRESP, têm um “enorme peso na tomada de decisão dos turistas, em particular do nacional – que, na generalidade, terá menor poder de compra face a turistas de outros mercados“.
Rendas poderão aumentar 2,16% em 2025
De acordo com dados finais da inflação divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) referente ao mês de agosto, os senhorios poderão aumentar até 2,16% as rendas no próximo ano, já a partir de 1 de janeiro de 2025.
Trata-se de um aumento inferior à subida de 6,94% das rendas das casas registada no ano passado, que foi também o maior fator de atualização de rendas desde 1993, e vai ao encontro da estimativa rápida divulgada pelo INE a 30 de agosto.
Numa renda de 600 euros, o aumento das rendas previsto para o próximo ano traduz-se num incremento no orçamento das famílias de 13 euros por mês ou de 155,5 euros por ano, que terá de ser comunicado pelo senhorio ao arrendatário por escrito e com a antecedência mínima de 30 dias.
O coeficiente de atualização anual do valor das rendas é determinado por lei com base na totalidade da variação do índice de preços no consumidor, sem habitação, correspondente aos últimos 12 meses e para os quais existam valores disponíveis à data de 31 de agosto, apurado pelo INE.
O aviso com o coeficiente de atualização é, posteriormente, publicado em Diário da República até 30 de outubro de cada ano.