A sociedade atual valoriza intensamente o sucesso e a alta performance. Desde cedo, somos incentivados a alcançar metas ambiciosas, seja na escola, no trabalho ou até nas redes sociais. Esta pressão constante para cumprir expetativas pode resultar numa condição que afeta milhões de pessoas: a ansiedade de desempenho.
No ambiente escolar, os jovens enfrentam a pressão para obter boas notas e ingressar nas melhores universidades. Já no ambiente profissional, a pressão para cumprir prazos, aumentar a produtividade e manter a relevância no mercado é constante. Vivemos num mundo onde parar é sinónimo de fracasso e onde o descanso é encarado como um luxo.
O impacto da ansiedade de desempenho é profundo. A mente, sempre em alerta para evitar falhas, acaba por desencadear sintomas físicos, como insónias, tensão muscular e fadiga. Psicologicamente, esta constante pressão por sucesso pode levar ao esgotamento emocional, à baixa autoestima e a episódios de depressão ou ataques de pânico.
Um dos principais fatores que alimentam esta ansiedade é o culto à produtividade. Na sociedade moderna, o valor de uma pessoa é muitas vezes medido pelo quanto ela consegue produzir. O descanso ou a falha são vistos como fraquezas, o que perpetua a sobrecarga e a exaustão.
Superar a ansiedade de desempenho requer uma mudança na forma como encaramos o sucesso. É fundamental redefinir as nossas expectativas, aprendendo a valorizar o esforço, o crescimento pessoal e o bem-estar, em vez de apenas os resultados. Praticar a autocompaixão e estabelecer limites entre trabalho e vida pessoal são passos essenciais para preservar a nossa saúde mental.
Assim, a ansiedade de desempenho reflete a pressão moderna para sermos constantemente melhores. Enfrentá-la implica valorizar o equilíbrio emocional e repensar os valores que guiam o nosso conceito de sucesso.
Paula Domingues
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os açorianos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores da Ordem dos Psicólogos Portugueses.